O Conde Drácula (Scars of Dracula – 1970)
O Conde Drácula, o mais cruel vampiro da história, renasce das cinzas para atormentar os moradores de um pequeno vilarejo da Inglaterra. Um jovem fugitivo da polícia esconde-se no castelo do vampiro sem saber o que o espera. O povo revoltado invade o castelo e tenta destruir o antro de perversão do monstro. Porém, o Príncipe das Trevas está de volta mais terrível do que nunca e dará início a um ritual sádico e perverso em busca de vingança.
Essa quinta incursão protagonizada por Christopher Lee é usualmente tida como uma das mais fracas, mas nunca concordei com esse senso comum. As primeiras sequências do original cometiam um equívoco crasso: seus roteiros nos faziam simpatizar e até torcer pelo vampiro. Em compensação, “O Conde Drácula” é o único que realmente se importa em utilizar elementos extraídos diretamente do livro de Bram Stoker, como o sensacional “passeio” noturno do conde, escalando pelo lado de fora do castelo.
O filme também ousa dar o passo além, assim como o primeiro fez com relação à utilização das cores, explorando generosamente o gore, resultando no mais violento projeto da Hammer. Como sempre deveria ter sido, o conde novamente se torna alguém a ser temido, um monstro sádico que pune severamente seus criados quando cometem algum erro, tendo sua presença sobrenatural potencializada pelas portas que se abrem e fecham sozinhas com sua passagem.
E existe até uma breve referência ao histórico príncipe Vlad, inspiração para a criação do personagem, na cena que mostra uma de suas vítimas empalada. Esse também foi o primeiro roteiro do estúdio a mostrar que Drácula dominava os animais, levando-os a cumprirem suas cruéis tarefas. Outro ponto que merece ser salientado é a segura direção de Roy Ward Baker, responsável por algumas das melhores produções do estúdio, como “Sepultura Para a Eternidade”.
Diferente dos anteriores e fraquíssimos filmes posteriores, o vampiro está no seu habitat, sua gótica Transilvânia. A atmosfera construída e o senso de ameaça real superam as falhas, em sua maioria, causadas pelo baixo orçamento, como os morcegos que protagonizam uma das cenas mais violentas, em uma igreja.
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