Críticas

Dica do DTC – “Condenado à Vitória”, de Michael Mann

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Condenado à Vitória (The Jericho Mile – 1979)

Homem (Peter Strauss) que cumpre pena de prisão perpétua na prisão de Folsom, trabalha para se tornar o corredor de milha mais rápido do mundo e ganha a chance de competir por uma vaga na equipe olímpica.

O roteirista/diretor Michael Mann chamou a atenção do público na década de 80 com seu trabalho na série “Miami Vice” e em pérolas como “Profissão: Ladrão” e “Caçador de Assassinos”, anos depois ele seria aplaudido mundialmente por filmaços como “Fogo Contra Fogo”, “O Informante” e “O Último dos Moicanos”, mas a gênese de seu talento pode ser reconhecida neste brilhante telefilme, em que ele experimenta com as convenções dos subgêneros de filmes de prisão e drama esportivo.

Filmado em uma penitenciária real, utilizando os presos nas cenas, o roteiro entrega uma qualidade de texto muito acima da média, você consegue enxergar claramente em algumas sequências, como no momento em que Rain (Strauss) discute com o membro do conselho olímpico no terceiro ato, o estilo de diálogos ferinos e sagazes que Mann estabeleceria no futuro.

Vale destacar a presença inspirada do saudoso Brian Dennehy e a escolha inteligente e altamente simbólica para o desfecho, a imagem do cronômetro sendo atirado e se espatifando em câmera lenta no muro da penitenciária.

Rain sabe que o sistema não vai permitir que ele aproveite sua chance no torneio, então ele prova que consegue correr ainda mais rápido, ele vence o tempo.