Críticas

Dica do DTC – “Sangue e Areia” (1941), de Rouben Mamoulian

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Sangue e Areia (Blood and Sand – 1941)

Juan (Tyrone Power), filho de um toureiro famoso, tenta recapturar a glória de sua família. Uma vez graduado com o nível máximo, o jovem logo se torna o maior toureiro da Espanha e retorna ao lar para casar com Carmen (Linda Darnell), sua paixão de infância. Mas quando Juan encontra Dona Sol (Rita Hayworth), uma linda e apaixonante aristocrata, ele sucumbe às tentações.

Este clássico merece ser redescoberto, principalmente pela deslumbrante fotografia em Technicolor de Ernest Palmer e Ray Rennahan, emoldurando a belíssima direção de arte de Richard Day, Joseph C. Wright e Thomas Little.

Um refinamento que trabalha a favor da narrativa, não é apenas um elemento estético, evidencia o estudo realizado na pré-produção sobre a arte dos mestres espanhóis Francisco de Goya e Diego Velázquez, no intuito de compor um conto trágico sobre sonho, desilusão, obsessão e fé.

A obra, assim como o original silencioso de 1922, com Rodolfo Valentino, adapta o livro homônimo de Vicente Blasco Ibáñez, com sua mensagem humanista antitouradas, criticando a postura de um público que se compraz com o sofrimento alheio, algo que, aliado à frequente utilização de temas cristãos no roteiro, convida o espectador a traçar um paralelo com o julgamento de Jesus.