Críticas

Dica do DTC – “Os Comendadores”, de Francis Veber

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Os Comendadores (Les Compères – 1983)

Tristan (Stéphane Bierry) tem 17 anos de idade e resolve fugir de casa. Desesperada, sua mãe (Anny Duperey) decide encontrar seus ex-namorados, Jean Lucas (Gérard Depardieu) e François Pignon (Pierre Richard), para ajudar na busca, dizendo que um deles pode ser o pai do rapaz.

Na segunda metade da década de 90, como era usual na época, saí da escola e dei uma passadinha na locadora de vídeo. A atendente havia separado para mim as fitas que haviam chegado naquela manhã, entre elas, uma comédia com Robin Williams e Billy Crystal, “Um Dia, Dois Pais” (Fathers’ Day – 1997), com uma sinopse promissora. Infelizmente não gostei muito do resultado, considero um dos trabalhos mais fracos do diretor Ivan Reitman.

Muitos anos depois, já com o auxílio da internet, descobri que a obra era a refilmagem de uma comédia francesa do grande Francis Veber, de pérolas como “A Cabra” (1981), “O Brinquedo” (1976) e “O Jantar dos Malas” (1998), daí busquei o original, mas ele nunca foi lançado em mídia física no Brasil. O jeito foi baixar “Os Comendadores” legendado em inglês, eu estava bastante curioso para saber se os norte-americanos tinham estragado uma boa história.

E, sim, a refilmagem, apesar de contar com o talento do saudoso Robin Williams, falhou miseravelmente em captar a leveza do roteiro. A química da dupla Pierre Richard e Gérard Depardieu é difícil de ser igualada.

A bonita mensagem do filme supera alguns problemas de ritmo, Jean Lucas e François mudam completamente de atitude quando são informados sobre a possível responsabilidade paternal. Eles eventualmente abraçam a missão como algo que verdadeiramente enriquece a experiência humana.

Este roteiro jamais receberia sinal verde nos doentios tempos atuais.