No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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O Prêmio do Perigo (Le Prix du Danger – 1983)
Numa sociedade futurista, “O Prêmio do Perigo” é um novo programa de um canal de televisão apresentado por Frédéric Mallaire (Michel Piccoli). Um homem deve chegar a um local secreto evitando que cinco homens o eliminem no trajeto. Se ele tiver sucesso, ganhará muito dinheiro, mas François Jacquemard (Gérard Lanvin), um novo participante, rapidamente percebe que o jogo é manipulado.
O saudoso Yves Boisset foi um dos mais competentes diretores franceses, comandou pérolas como “Polícia Profissional” (1970) e “Sanguinários e Corruptos” (1977).
Na obra que escolhi indicar hoje, ele adapta o conto homônimo de Robert Sheckley, lançado no final da década de 1950, protagonizado por um jovem que participava de uma competição televisiva em que, solto nas ruas e perseguido por uma gangue de criminosos, lutava pela sobrevivência durante uma árdua semana. Trocando em miúdos, a realidade atual de todo morador do Rio de Janeiro, só que sem a recompensa final.
Uma curiosidade, o autor Stephen King, utilizando o pseudônimo Richard Bachman, utilizou conceito semelhante em sua novela “The Running Man“, de 1982, que foi adaptada anos depois, como veículo para Arnold Schwarzenegger, dirigido por Paul Michael Glaser, com a produção copiando em vários aspectos a estética e a trama do filme francês. Boisset não se fez de rogado e ganhou um processo de plágio contra a 20th Century Fox. Na comparação, o original é superior em todos os sentidos.
O roteiro inteligentemente explora o contexto imoral e existencialmente vazio da sociedade que permite de forma tão grosseira a banalização da vida. A crueldade da massa é evidenciada ao mostrar a rápida aceitação da possibilidade de prejudicar a missão do competidor, com pessoas comuns denunciando a localização dele.
A alegoria é clara, eficiente. O foco não é a ação, apesar de manter a tensão palpável do início ao fim, o filme se mostra brilhante enquanto sátira do lado mais grotesco da natureza humana, uma faceta que sempre é revelada nos momentos de crise, farsescos ou não, uma lição que infelizmente nunca é aprendida…
Trilha sonora composta por Vladimir Cosma:
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