Listas

As 7 MELHORES adaptações do “Frankenstein” de Mary Shelley

A mais recente adaptação da obra de Mary Shelley, dirigida por Guillermo del Toro, não me impressionou, uma exibição de estilo carente de alma, um filme tecnicamente competente, mas intrinsecamente bobo, excessivamente longo, pensado para entreter a imediatista e infantilizada geração atual, eu nem me animei a escrever sobre ele ao final da sessão.

O meu primeiro contato com o livro foi na adolescência, reli anos depois no original e gostei ainda mais, um dos seus temas, a irresponsabilidade ao lidar com as consequências de seus atos, alimentou a minha inspiração à época em diversas redações escolares.

O personagem do monstro que ganha vida nas mãos do cientista suíço Victor Frankenstein foi reimaginado diversas vezes através das décadas pelo cinema, eu selecionei abaixo as melhores tentativas, produções que buscaram (ou não) a fidelidade em letra e espírito, pérolas que se beneficiam em revisões.

Vale ressaltar que a lista não está em ordem de preferência.

Prepare a pipoca e boa sessão!

FRANKENSTEIN (2004)

A minissérie com Luke Goss, William Hurt e Donald Sutherland é uma das versões mais fiéis, a criatura não é um vilão, ela é como um bebê, desprovido de códigos morais, há preocupação em suscitar questionamentos filosóficos, o esforço é louvável.

FRANKENSTEIN (1931)

No livro original de Mary Shelley, o monstro é chamado até de demônio pelo seu criador, o frustrado estudante Victor Frankenstein, mas a sua aparência difere totalmente daquela que o cinema eternizou, com cabelos esvoaçantes e dentes de modelo fotográfico.

Ele era belo e inteligente, carecia apenas de equilíbrio emocional, devido aos longos períodos de solidão. Claro que a indústria não poderia, naquele período, imaginar um filme em que a monstruosidade fosse mais de origem psicológica, por conseguinte, exteriorizaram o horror, inicialmente no curta dos estúdios de Thomas Edison, em 1910, porém nada se compara à figura icônica, fruto da parceria entre Boris Karloff e o maquiador Jack Pierce, com os parafusos no pescoço e os grunhidos…

LEIA MEU TEXTO COMPLETO SOBRE O FILME CLICANDO AQUI.

FRANKENSTEIN DE MARY SHELLEY (Mary Shelley’s Frankenstein – 1994)

O brilhante e pouco ortodoxo doutor Victor Frankenstein trabalha na criação de um monstro com partes de diferentes corpos humanos. Após ser rejeitada pelo criador, a criatura escapa e passa a agir com uma violenta sede de vingança.

A elegante produção dirigida por Kenneth Branagh, com Robert De Niro, pode ser problemática em alguns aspectos, mas também é corajosa, esbanja personalidade.

A NOIVA DE FRANKENSTEIN (Bride of Frankenstein – 1935)

Grande parte dos cinéfilos considera “A Noiva de Frankenstein” superior ao original, mas eu discordo em gênero, número e grau.

É, de fato, um produto bastante diferente, com uma proposta menos debruçada na construção de clima, maior interesse cômico, um monstro comunicativo e um viés timidamente subversivo, representado em falas do Dr. Pretorius (Ernest Thesiger), como aquela em que ele deixa implícito o caráter fabulesco do livro sagrado católico, e, de maneira mais sutil, na forma como o roteiro trabalha a homossexualidade, elemento que o diretor James Whale utiliza corajosamente, o que provavelmente fez com que ele aceitasse comandar essa sequência, após lutar por muito tempo contra esse desejo do estúdio…

LEIA MEU TEXTO COMPLETO SOBRE O FILME CLICANDO AQUI.

A MALDIÇÃO DE FRANKENSTEIN (The Curse of Frankenstein – 1957)

É difícil adaptar a obra de Mary Shelley, já que o monstro em questão inspira mais pena do que medo. Assim como no “Nosferatu” de Murnau, a preocupação em evitar processos judiciais (neste caso, da Universal) foi um elemento positivo, já que os responsáveis tiveram que retrabalhar a trama e colocar a criatividade para funcionar.

Até hoje, de todas as versões, esta é a que considero a mais interessante, superando até mesmo o clássico de Boris Karloff. A forma como o roteiro utiliza o tempo para humanizar o Barão, tornando-o uma figura tridimensional, alguém que vai sucumbindo perante sua própria ambição, alimenta o investimento emocional do público…

LEIA MEU TEXTO COMPLETO SOBRE O FILME CLICANDO AQUI.

O JOVEM FRANKENSTEIN (Young Frankenstein – 1974)

Em uma faculdade de Medicina nos Estados Unidos, o Dr. Frederick Frankenstein dá aula sobre o sistema nervoso central. Um estudante lhe pergunta das pesquisas de Victor Frankenstein, seu avô, e ele afirma que aquele trabalho era insano. Ao descobrir que recebeu de herança um castelo na Transilvânia, Frederick viaja até lá, e lê o livro deixado por seu antecessor sobre suas experiências em reanimar mortos. Apesar de cético, o médico decide colocar a teoria do avô em prática.

Uma brilhante comédia do mestre Mel Brooks, com Gene Wilder e Marty Feldman.

FRANKENSTEIN CRIOU A MULHER (Frankenstein Created Woman – 1967)

O título sensacionalista pode afastar aqueles que acreditam se tratar de mais uma reutilização do tema clássico criado por Mary Shelley, mas o roteiro é bastante original, ainda mais se compararmos com o padrão das obras do estúdio.

Tratado como um filme independente do cânone, ele foge da previsibilidade estrutural das sequências de “O Vampiro da Noite” (especialmente) e do próprio “A Maldição de Frankenstein”. Existe forte influência do francês “Os Olhos Sem Rosto” (de Georges Franju, 1960), aliado a uma aura de um perturbador conto de fadas…

LEIA MEU TEXTO COMPLETO SOBRE O FILME CLICANDO AQUI.

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

Recent Posts

Crítica de “27 Noites”, de Daniel Hendler

27 Noites (27 Noches - 2025) Uma mulher (Marilú Marini) é internada em uma clínica…

2 horas ago

Dica do DTC – “O Verão de Picasso”, de Robert Sallin

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…

4 horas ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na AMAZON PRIME

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

3 dias ago

Teste: Qual filme você identifica primeiro na imagem?

Hoje em dia está na moda nas redes sociais estes desafios lúdicos, logo, decidi entrar…

3 dias ago

Dica do DTC – “Sherlock Holmes – O Mistério do Forte Vermelho”

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…

5 dias ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na NETFLIX

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

6 dias ago