Mulher-Maravilha (The New Original Wonder Woman – 1975)
Estabelecendo o contexto histórico correto da origem nos quadrinhos, o patriotismo norte-americano na Segunda Guerra Mundial, sintetizando a importância da personagem, defendida pela espetacular Lynda Carter, na empolgante música-tema, este piloto roteirizado por Stanley Ralph Ross consegue a proeza de, mesmo com muitos de seus efeitos datados, se manter eficiente hoje.
O tom divertido e despretensioso agrada mais o público adulto que as tentativas modernas, que inserem elementos fantásticos em um cenário realístico, por vezes, pessimista, sombrio, o que sempre acho que torna o material original ainda mais bobo e infantil.
O melhor arco narrativo da heroína nas páginas foi escrito por George Perez no final da década de oitenta, nenhum artista conseguiu traduzir com tanta criatividade a simbologia feminista imaginada por William Moulton Marston e sua esposa, Elizabeth, na edição 8 da “All Star Comics”, de 1941. É perceptível nas primeiras aventuras uma respeitosa reverência à maneira como Carter trabalhou a ingenuidade sincera e a bravura doce de Diana Prince.
No ano anterior a produtora havia tentado engatar uma série da personagem protagonizada pela loira Cathy Lee Crosby, escolha equivocada em uma abordagem que pouco respeitava os fãs, tudo parecia perdido até o papel cair nas mãos certas.
O figurino idêntico agradava os leitores, assim como a presença das legendas retangulares, fiéis ao espírito dos gibis, informando os locais em transições de cenas, toque precioso que complementa a experiência.
Para o papel de Steve Trevor, escolheram Lyle Waggoner, que havia chamado atenção em “The Carol Burnett Show”. Cloris Leachman, como a rainha-mãe amazona Hipólita, e Kenneth Mars, ecoando o líder nazista da clássica comédia “Primavera Para Hitler”, garantem sutil humor em suas cenas.
A vilã, uma espiã nazista vivida por Stella Stevens, a estudante que se apaixona por Jerry Lewis em “O Professor Aloprado”, protagoniza um embate final altamente satisfatório em sua engenhosa coreografia, surpreendente quando comparado com o nível de ação similar em séries da época.
Outro momento marcante é a transformação, o rodopio encantador que foi inserido de última hora, ideia da própria atriz, solucionando o que era um problema para os realizadores, recurso visual que logo depois foi adotado também nos quadrinhos.
O mundo evoluiu em muitos aspectos, a indústria de cinema norte-americana está começando agora a investir sem medo em protagonistas femininas fortes, mas é imprescindível que se valorize o esforço pioneiro daquelas que aceitaram os riscos no passado. “Agora o mundo está pronto para você”, frase da canção-tema, encarava a estupidez machista da época com gentileza.
A atitude agora é outra, as heroínas metem o pé na porta e inspiram meninas no mundo todo. Aquele sorriso matador de Carter, escolha perfeita para fechar a história, representava a esperança que a personagem alimentava em sua origem, o fogo que abriu a clareira para o que as mulheres conquistaram hoje.
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