Silêncio nas Trevas (The Spiral Staircase – 1946)
Em uma cidadezinha, mulheres portadoras de deficiência são alvo de um psicopata. Uma moça muda teme se tornar a próxima vítima.
O diretor alemão Robert Siodmak foi um mestre na arte de estabelecer a atmosfera perfeita de suspense, títulos como “Baixeza”, “Dama Fantasma”, “Espelho d’Alma” e, meu favorito, “Silêncio nas Trevas”, comprovam este talento cada vez mais raro no cinema.
O primeiro elemento que me encanta na obra é que ela se passa durante um único dia, quase toda ambientada dentro do casarão onde a jovem Helen (Dorothy McGuire), que ficou muda depois de um evento traumático, cuida da adoentada senhora Warren (Ethel Barrymore).
O roteiro, escrito por Mel Dinelli com base em uma novela de Ethel Lina White, inicia com uma sequência brilhante, sem diálogos, mostrando a jovem emocionada na plateia de uma improvisada sala de cinema no saguão de um hotel, enquanto que, no andar de cima, uma mulher manca troca de roupa ignorando a presença de um criminoso em seu armário.
A deficiência física dela é importante, a câmera evidencia este aspecto, o olhar penetrante do homem em plano de detalhe insinua o ataque iminente. O barulho da queda do corpo assusta os espectadores da sessão, o crime foi cometido. E, claro, nós já sabemos que Helen, devido à sua condição especial, corre perigo. E ela não pode gritar por ajuda.
Quando vi a primeira vez, ainda na adolescência, lembro que fiquei muito tenso com os movimentos de câmera pelo casarão, deixando clara a presença do criminoso escondido, vigiando a vítima. Em dado momento, a empregada vivida por Elsa Lanchester, a eterna “Noiva de Frankenstein”, chega a dar uma dica, informando que a janela havia sido misteriosamente aberta. Sabemos que ele está lá, ensinamento clássico de Hitchcock: deixe sempre o público conhecer primeiro a ameaça, antes dos personagens.
O suspense vai crescendo, enquanto as luzes vão se apagando, a noite dominando o local, com direito a trovoadas fantasmagóricas que garantem sustos e sombras convenientes, mérito da fotografia espetacular do italiano Nicholas Musuraca, de “Fuga ao Passado” e “Sangue de Pantera”. Vale destacar no elenco a presença da linda Rhonda Fleming.
O desfecho, a solução do mistério é previsível, problema que não afeta a experiência sensorial, mas que reduz o impacto do filme para o público de hoje. Mas, ainda assim, “No Silêncio das Trevas” é fundamental para todos os cinéfilos que apreciam thrillers intensos e desejam ver mais uma influência direta do expressionismo alemão no cinema norte-americano da década de 40.
Cotação:
Trailer:
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
Hoje em dia está na moda nas redes sociais estes desafios lúdicos, logo, decidi entrar…
No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
O cinema já presenteou o público com muitos filmes magníficos no tema, um dos mais…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…