Beto Rockefeller (1970)
O jovem malandro e desonesto Beto (Luis Gustavo) não quer trabalhar e vive de aplicar pequenos golpes e trapaças. Sua especialidade é se infiltrar entre a alta sociedade de São Paulo, passando-se por milionário e com isso tentando obter vantagens e conquistas amorosas.
A minha geração conheceu Luis Gustavo como o tio Vavá, da série “Sai de Baixo”, mas o querido ator que nos deixou, aos 87 anos de idade, marcou seu nome na história das telenovelas brasileiras com a revolucionária (resumindo para a garotada, ela foi, para a telenovela, guardadas as devidas proporções, o que Tarantino foi para o cinema norte-americano) “Beto Rockefeller” (1968), de Bráulio Pedroso, exibida na TV Tupi, sucesso que deu sinal verde para uma pérola cômica do nosso cinema, infelizmente pouco lembrada, o filme homônimo, produzido pela Cinedistri, dirigido pelo suíço-brasileiro Olivier Perroy.
Hollywood traria na década seguinte “Arthur, o Milionário Sedutor”, vivido por Dudley Moore, o playboy inconsequente, até fisicamente parecido com o tipo vivido por Luis Gustavo, mas a diferença é que o malandro brasileiro não precisava beber para tomar coragem e aprontar as maiores presepadas, tampouco precisava ter, de fato, uma polpuda conta bancária para aproveitar todas as festinhas da alta sociedade, aliás, ele era um tremendo pobretão, logo, trata-se de um personagem muito mais interessante.
Beto é engenhoso, não pensa duas vezes antes de pular no mar e roubar a prancha de bodyboard de uma criança, puxando-a pelos cabelos, enquanto foge da fúria de um marido ciumento após um flerte na areia, soltando o clássico: “Garotão, me empresta a prancha aqui, olha só, aguenta a mão aí, vou te ensinar a correr”. E, claro, ele aproveita, ainda na água, para tentar a sorte com outra dama, relacionamento que ele havia instigado sem sutileza alguma insinuando que eles haviam vivido juntos em outra vida, no Egito antigo.
A estrutura do roteiro é episódica, uma sequência de esquetes ilustrando o modo de vida do protagonista, entre um golpe e outro. O transbordante carisma do ator facilita a rápida imersão emocional do público, que não precisa necessariamente ter visto a telenovela para, em questão de segundos, torcer pelo esforçado rapaz.
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