No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Xica da Silva (1976)
Na segunda metade do século 18, o representante da Coroa Portuguesa, João Fernandes (Walmor Chagas), apaixona-se pela escrava negra Xica da Silva (Zezé Motta) e a transforma na Rainha do Diamante, satisfazendo todos os seus desejos extravagantes.
A segunda metade da década de 70 foi muito boa para Cacá Diegues, ele entregou três pérolas em sequência, “Xica da Silva”, “Chuvas de Verão” e “Bye Bye Brasil”, propostas bem diferentes, provando a competência que havia sinalizado nos seus trabalhos iniciais, “Ganga Zumba” e “A Grande Cidade”.
O primeiro filme, protagonizado por Zezé Motta, apesar de inferior, problemático em alguns aspectos, ganha pontos pela personalidade exuberante, um senso de humor debochado que cativa já nos primeiros minutos.
Quando a trama apresenta os personagens vividos por Elke Maravilha, Rodolfo Arena, Stepan Nercessian e Altair Lima, a angústia hilária do sargento-mor que não consegue encontrar suas calças, o relacionamento apimentado entre Xica e o filho mimado dele, a tristeza no olhar do intendente ao constatar que não é suficiente na vida da jovem esposa, o tom irreverente se estabelece, o público é fisgado.
Contrastando com este cenário caótico, a cômica seriedade da figura do comendador, vivido por Walmor Chagas, ressaltando a teatralidade que se mantém na chegada apesar de ter sido vítima de um bando de ladrões enquanto demonstrava seu talento musical.
A obra foi injustamente apedrejada em sua estreia pela imprensa militante de esquerda, tipos que enxergam cinema somente como muleta ideológica, ou, como o próprio diretor afirmava, “patrulheiros” que tentavam controlar a produção artística da época e enxergavam na pegada divertida do roteiro um erro grosseiro, afinal, “Xica da Silva” não era um umbilical antídoto para a insônia.
O roteiro tinha começo, meio e fim, lógica narrativa, senso de ritmo, elementos que a classe jornalística engajada do período simplesmente abominava.
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