Críticas

Dica do DTC – “A Cena do Crime”, de Roy Rowland

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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A Cena do Crime (Scene of The Crime – 1949)

O detetive de homicídios Mike Conovan (Van Johnson) investiga o assassinato de um colega que, aparentemente, era clandestino como guarda de um agente de apostas. Ele descobre que todos os corretores da cidade estão sendo roubados, o que mais incomoda os chefes que não conseguem obter proteção policial normal.

Esta pérola noir da MGM, investindo em um gênero que não dominava, pode não primar pela atmosfera densa e fascinante, mas é extremamente eficiente enquanto narrativa dramática policial, além de contar com a presença deslumbrante de Arlene Dahl, vivendo a sofredora e apaixonada esposa do detetive, Gloria DeHaven como a femme fatale, e, em raro momento desafiador, bem longe de sua zona de conforto, Van Johnson.

Um dos pontos positivos do roteiro do competente Charles Schnee, que, no ano anterior, havia assinado o excelente faroeste “Rio Vermelho”, foi o tom realista, sujo, com que trabalhou a rotina de um oficial da lei, as situações eticamente complicadas, espinhosas, a baixa remuneração, o cansaço existencial após longas horas estressantes e, por conseguinte, o efeito negativo desta jornada no relacionamento matrimonial do profissional. Este viés sinaliza o estilo psicologicamente maduro de Schnee, que se exibiria novamente anos depois no impecável “Assim Estava Escrito”, de Vincente Minnelli.

Um tesouro que merece ser redescoberto pelos cinéfilos dedicados.