Críticas

Dica do DTC – “Deus Lhe Pague”, com ARTURO DE CÓRDOVA

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

***

Deus Lhe Pague (Dios Se Lo Pague – 1948)

Uma mulher (Zully Moreno) que ostenta elegância para esconder a sua pobreza conhece um idoso (Arturo de Córdova) que pede esmola à porta de um cassino, a quem diz estar à espera de um homem que lhe ofereça uma vida melhor. Pouco depois, um pretendente rico e misterioso oferece a ela uma vida de luxo, embora longe das convenções sociais.

Esta pérola na carreira do saudoso ator mexicano Arturo de Córdova (Arturo García Rodríguez) merece ser redescoberta pelo público brasileiro, até porque ela é a adaptação da peça homônima de um carioca, o dramaturgo Joracy Camargo, membro da Academia Brasileira de Letras, que estreou nos palcos em 1932 com o grande Procópio Ferreira, e, graças ao sucesso imediato, foi a primeira peça nacional a ser encenada fora do país.

Dirigida pelo italiano Luis César Amadori, a obra se tornou um marco do cinema argentino, recebeu prêmios, como o Condor de Prata na categoria principal, e, até hoje, sempre é resgatada em listas por cinéfilos europeus. Enquanto isto, na terra do criador da história, o seu próprio povo infelizmente não consegue lembrar nem do que comeu no café da manhã.