No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Os Dias São Numerados (I Giorni Contati – 1962)
Após testemunhar um homem de sua idade falecer no caminho para o trabalho, solitário encanador (Salvo Randone) de meia-idade decide aproveitar a vida.
O saudoso diretor italiano Elio Petri era um ativista político de esquerda, boa parte de seu trabalho exibe suas crenças neste sentido, mas ele acabou se desencantando com a utopia socialista em 1956, abandonou o partido, e, por conseguinte, passou a virar alvo dos jornalistas militantes da área cultural.
Os roteiros não glorificavam o discurso marxista, muito menos demonizavam a direita, quase sempre mostravam protagonistas atravessando profundas crises ideológicas, simbolicamente rejeitando a violência inerente ao doentio pensamento revolucionário. E Petri, ao contrário de vários colegas do período, priorizava o elemento do entretenimento de apelo universal em detrimento da rasteira propaganda imediatista.
“Os Dias São Numerados” é um ótimo exemplo deste direcionamento humanista, filosófico, inteligente. O encanador encara a finitude e fica obcecado com o tema. Ele decide parar de trabalhar e viver do que acumulou ao longo dos anos, crendo que desta maneira será mais feliz, pleno.
A sua rotina se transforma em uma busca inconsequente, infantilizada, pela felicidade, mas a realidade sempre decepciona. A jovem que foi sua paixão de adolescente está casada, já é avó, e, pior, ele descobre em uma aventura com uma mulher da vida que o seu corpo já não responde como outrora aos impulsos românticos.
O homem vai colecionando humilhações, aprendendo duramente que a estabilidade do trabalho protegia a sua mente do desespero, trocando em miúdos, alegoricamente reconhece que a sua função na sociedade capitalista era mais saudável que o caos bestializante de uma existência que objetiva apenas a satisfação dos desejos.
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