Os Vampiros de Salem – O Retorno (A Return to Salem’s Lot – 1987)

Um antropólogo leva seu filho adolescente para a sua cidade natal, Jerusalem’s Lot, buscando sossego. Lá, descobrem que a cidade está infestada de vampiros. Cabe a ele e aos sobreviventes acabarem com a ameaça, antes que eles sejam os próximos residentes definitivos de Salem.

O maior erro de análise é supor que este filme seja uma continuação do bom “Os Vampiros de Salem”, adaptação de “A Hora do Vampiro”, de Stephen King, dirigido por Tobe Hooper para a televisão norte-americana em 1979.

Sem o peso dessa responsabilidade e conhecendo o trabalho de Larry Cohen, que novamente aposta na parceria com o adorável canastrão Michael Moriarty, você pode apreciar melhor essa picaretagem divertida, totalmente despretensiosa, com vampiros que evitam sugar o sangue de estranhos por medo da AIDS e que tem a pachorra de contar com a participação do diretor Samuel Fuller, gênio responsável por “Paixões Que Alucinam” e “Capacete de Aço”, roubando todas as suas cenas como um caçador de nazistas falastrão e que frequentemente usa a teatralidade como arma, característica que rende momentos hilários. Quando questionado sobre a impossibilidade de vampiros serem tidos como críveis pelo povo de outras cidades, ele responde: “Em 500 anos, quem vai acreditar que os
nazistas existiram?”

A ambição do protagonista em lucrar com temas polêmicos encontra na possibilidade de ser o porta-voz daquela nova sociedade um sedutor caminho. O líder vampiro, vivido por Andrew Duggan, quer que o rapaz escreva uma Bíblia explicando para o mundo como ocorreu a evolução de sua raça, então ele se utiliza de todos os meios, até mesmo facilitando o encontro do antropólogo com um amor de infância, a bela vampira vivida por Katja Crosby.

Sem qualquer relação com o livro original e sua adaptação, a trama injeta um potencial satírico no conceito da pequena cidade tomada por vampiros, traz personagens novos e faz uma referência em seu início ao controverso “Cannibal Holocaust”, de Ruggero Deodato, mostrando o antropólogo filmando o ritual de uma tribo remota que sacrifica um de seus membros.

O terror é meu gênero de formação, gosto de todas as suas vertentes, apesar de enxergar boa parte da filmografia de Cohen como prazeres com culpa, então o desfecho tosco da absurda cena me remete às sessões vespertinas do “Cine Trash”, que passava na TV Bandeirantes.



Viva você também este sonho...

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