Ladrões de Sabonete (Ladri di Saponette – 1989)
Maurizio Nichetti é uma espécie de Woody Allen italiano, menos talentoso, menos carismático, mas que compensa na coragem temática. “Ladrões de Sabonete”, em revisão, funciona melhor na teoria, o esperto jogo em diferentes níveis narrativos homenageando o neorrealismo e criticando duramente a forma como o cinema se tornou subproduto televisivo.
A execução poderia ser menos truncada, o ritmo melhora consideravelmente no terceiro ato, quando os personagens das duas mídias começam a interagir ludicamente. Nos segmentos em que acompanhamos a família diante do aparelho de televisão, dedicando pouca atenção ao filme que está sendo transmitido, o humor atinge seu ponto alto, aquelas pessoas claramente enxergam arte como simples distração imediatista, o texto trabalhado pelos atores na tela pequena tem o mesmo valor dos jingles dos produtos que são vendidos nos intervalos comerciais. Trazendo para a realidade brasileira, é por este motivo que as telenovelas, em essência, serão sempre entretenimento raso, apesar dos valorosos esforços das equipes criativas.
Nichetti vive o protagonista do drama e, nos segmentos ambientados nos estúdios da emissora, vive ele mesmo, um diretor decepcionado com o pouco caso dos executivos com seu projeto, “Ladrões de Sabonete”, referência ao clássico “Ladrões de Bicicleta”, de Vittorio De Sica. A trama do filme dentro do filme é propositalmente irrelevante, a graça está na forma como a montagem interrompe o investimento emocional do espectador em cenas importantes com a inserção frequente da publicidade em cores vibrantes.
Quando a confusão invade o reino da fantasia, emulando “A Rosa Púrpura do Cairo”, que Woody Allen havia lançado quatro anos antes, modificando a obra, o diretor revoltado decide resolver a questão na marra, garantindo alguns bons momentos. Mas, de modo geral, o exercício de estilo acaba chamando mais atenção que o conteúdo. O roteirista/diretor entregaria seu melhor trabalho dois anos depois.
27 Noites (27 Noches - 2025) Uma mulher (Marilú Marini) é internada em uma clínica…
No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…
Hoje em dia está na moda nas redes sociais estes desafios lúdicos, logo, decidi entrar…
No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não…
Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…