Felizes Para Sempre (C’era Una Volta – 1967)
Nápoles, século XVII. O Príncipe Rodrigo (Omar Sharif) nobre espanhol de grande encanto e coragem, está a viver na Itália. Ele tem de encontrar uma esposa e a corte impõe-lhe a escolha entre sete belas princesas, mas ele apaixona-se por uma camponesa simples, altiva e temperamental, de rara beleza e de enormes virtudes, chamada Isabella (Sophia Loren).
Este conto de fadas adulto contrasta bastante com o tom do restante da obra do diretor Francesco Rosi, respeitado à época como uma das vozes mais importantes do cinema realista e pessimista italiano, por seu trabalho sociopolítico relevante em filmes como “As Mãos Sobre a Cidade” e “O Bandido Giuliano”. Anos depois ele entregaria pérolas como “Cristo Parou em Éboli” e “A Vontade de Um General”.
Em sua essência, “Felizes Para Sempre” é um projeto do produtor Carlo Ponti feito sob medida para divulgar no mercado norte-americano a beleza estonteante de sua esposa, Sophia Loren, auxiliada em cena pelo carisma de Omar Sharif, logo depois de “Dr. Jivago”.
Analisado em retrospecto, sem o peso da expectativa, o roteiro escrito pelo diretor com a ajuda de Tonino Guerra, Raffaele La Capria e Giuseppe Patroni Griffi, segue charmoso, onírico, leve, coerente com a proposta temática. Já começa com uma sequência musical com fumaça colorida que parece uma viagem com psicotrópicos, depois estabelece rapidamente a metáfora do relacionamento do casal, com o príncipe tendo dificuldade em domar um cavalo selvagem, até que ocorre uma guinada surreal encantadora que conduz o espectador a uma tomada aérea do santo voador José de Cupertino, vivido pelo respeitado ator inglês Leslie French.
Vale destacar que um dos méritos mais valiosos da trama é que ela se leva a sério a todo momento, não é um pastiche do gênero, algo similar ao que Jacques Demy faria tempos depois em “Pele de Asno”, que costuma ser mais lembrado e que não envelheceu tão bem quanto a fantasia de Rosi.
Ver o filme nesta versão remasterizada lançada pela distribuidora “Classicline” me traz lembranças agradáveis da infância, quando ele era transmitido na “Sessão da Tarde”.
* O filme está sendo lançado em DVD, com opção de dublagem em português, pela distribuidora “Classicline”.
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Amo este filme e acabei comprando no Classicline, ja chegou e como vc disse me faz lembrar das doces tardes de infância que assistia na "Sessão da Tarde".
Assisti ontem, maravilhoso, me diverti muito. Um conto de fadas adulto e muito engraçado, Omar Shariff, impressionante como um egípcio se encaixa em todos os tipos de papéis, desde um russo a um príncipe espanhol. Sophia Lauren, lindíssima.
Uma obra prima que se confunde com a própria vida da atriz Sophia Loren em vários aspectos. Romântico e épico, simples e intenso. O cinema atual perdeu esse potencial, que so se resgata mergulhando no túnel do tempo.