12 TESOUROS (injustamente esquecidos) do incrível ano de 1939

No momento em que escrevo este texto, já caminhamos para outubro, então creio que posso afirmar que 2025 é o pior ano da história do cinema.

A situação está tão ruim, que pela primeira vez, temo nem conseguir preparar a minha tradicional lista dos 10 “Melhores do Ano”. Termino sessões e não me sinto estimulado a analisar as obras, muitos roteiros fracos do mundo todo, propostas óbvias executadas sem brilho, sem coração, uma tristeza.

Esta alarmante constatação me fez pensar na época de ouro desta arte, o ano que muitos consideram ter sido o melhor de todos os tempos: 1939.

“E o Vento Levou”, “A Mulher Faz o Homem”, “O Mágico de Oz”, “O Morro dos Ventos Uivantes”, “A Regra do Jogo”, “No Tempo das Diligências”, “Ninotchka”, “O Corcunda de Notre Dame”, “Duas Vidas”, “Paraíso Infernal”, “Adeus, Mr. Chips”, “Crisântemos Tardios” e “Beau Geste”, entre muitos outros, garantem que não há exagero retórico algum, realmente a criatividade estava em alta no período.

Mas há também muitos FILMAÇOS lançados naquele ano que foram injustamente esquecidos, compreensivelmente eclipsados por vários dos títulos já citados. Eu selecionei abaixo 12 verdadeiros tesouros que merecem ser redescobertos pelos cinéfilos brasileiros dedicados.

Vale ressaltar que a lista não está em ordem de preferência. Você encontra todos os filmes com facilidade garimpando na internet.

Prepare a pipoca e boa sessão!

MEIA-NOITE (Midnight), de Mitchell Leisen, com Claudette Colbert, John Barrymore e Don Ameche

A jovem integrante de um coro, radicada em Paris, é contratada por um milionário para descobrir o relacionamento amoroso de sua mulher com um outro homem.

 

A CONQUISTA DO ATLÂNTICO (Rulers of The Sea), de Frank Lloyd, com Douglas Fairbanks Jr. e Margaret Lockwood

Drama histórico que narra a luta de David Gillespie (Douglas Fairbanks Jr.) para realizar o sonho do engenheiro John Shaw de construir o primeiro navio a vapor capaz de cruzar o Atlântico, apesar da forte oposição da indústria de navegação tradicional e de desafios tecnológicos.

ESPOSA SÓ NO NOME (In Name Only), de John Cromwell, com Cary Grant e Carole Lombard

Um homem rico se apaixona por uma viúva, mas acaba preso em um casamento sem amor com uma mulher que conseguiu convencer seus pais de que ela é a esposa ideal.

MÚSICA, DIVINA MÚSICA (They Shall Have Music), de Archie Mayo, com Walter Brennan e Joel McCrea

O filme conta a história de Frankie, um jovem fugitivo com um talento para o violino que encontra refúgio e propósito numa escola de música para crianças carentes. Quando a escola enfrenta a falência, Frankie, com a ajuda da filha do diretor e um vendedor de instrumentos musicais, organiza um concerto beneficente para salvá-la, conseguindo que o famoso violinista Jascha Heifetz (vivido pelo próprio) atue no evento para angariar fundos.

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UMA CIDADE QUE SURGE (Dodge City), de Michael Curtiz, com Errol Flynn e Olivia de Havilland

Wade Hatton (Errol Flynn) é um vaqueiro texano que acaba presenciando um crime brutal na perigosa Dodge City. Ele, que ajudou a trazer a ferrovia para a cidade, decide se tornar o xerife para tentar tornar a região segura.

A MOCIDADE DE LINCOLN (Young Mr. Lincoln), de John Ford, com Henry Fonda e Alice Brady

Os primeiros passos do jovem Abraham Lincoln: sua formação no Direito, a perda da primeira esposa e a difícil defesa dos irmãos Matt e Adam Clay, acusados de homicídio.

CINCO DEVEM VIVER (Five Came Back), de John Farrow, com Lucille Ball, Chester Morris e John Carradine

Avião levando doze passageiros cai em floresta sul-americana assolada por tribo de caçadores de cabeça. Enquanto o piloto e seu assistente tentam reparar a aeronave, conflitos explodem entre os sobreviventes e a presença dos nativos torna-se cada vez mais ameaçadora. Quem serão os cinco felizardos a sair com vida?

ALDEIA DA ROUPA BRANCA, de Chianca de Garcia, com Beatriz Costa e Manuel Santos Carvalho

Pérola da fase áurea do cinema português. Gracinda é uma jovem lavadeira que trabalha com o Tio Jacinto, mas a vida não lhes tem corrido bem. Por isso, ela decide ir à cidade convencer Chico, o seu primo por quem ela se apaixonou, a voltar à aldeia para ajudar no negócio.

AS QUATRO PENAS BRANCAS (The Four Feathers), de Zoltan Korda, com John Clements e Ralph Richardson

Um oficial do exército britânico, a pedido de sua mãe, abandona sua unidade que estava em uma missão contra rebeldes egípcios no Sudão. A sua noiva e três de seus amigos lhe enviam então quatro penas brancas, acusando-o de covardia. Para reparar seu erro, ele se disfarça de árabe para poder ajudar em segredo seus antigos companheiros do exército.

TRÁGICO AMANHECER (Le Jour Se Lève), de Marcel Carné, com Jean Gabin e Jules Berry

Um tiro é disparado num prédio e um corpo rola pelas escadas. O assassino, François, fecha-se em seu quarto enquanto a polícia se posiciona, esperando amanhecer para agir. Durante as poucas horas de liberdade que lhe restam, François revive as circunstâncias que o levaram a este crime.

VITÓRIA AMARGA (Dark Victory), de Edmund Goulding, com Bette Davis, Humphrey Bogart e Ronald Reagan

Jovem é diagnosticada com um tipo de câncer cerebral e, para poupá-la, seu médico e sua melhor amiga escondem dela o fato de ter menos de um ano de vida. Ao descobrir, confusão e desespero tomam conta de sua cabeça, e ela terá que conseguir encontrar a paz interior para deixar as coisas resolvidas.

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ALIANÇA DE AÇO (Union Pacific), de Cecil B. DeMille, com Barbara Stanwyck e Joel McCrea

Jeff Butler (Joel McCrea) é contratado para fiscalizar as obras da via férrea transcontinental. A expansão da Union Pacific para o oeste dos Estados Unidos foi autorizada pelo presidente Lincoln, uma das suas últimas medidas tomadas no governo. Mas, Asa Barrow, um inescrupuloso banqueiro, não quer deixar isso barato.