No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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A Grande Noite de Casanova (Casanova’s Big Night – 1954)
Um alfaiate chamado Pippo (Bob Hope) se faz passar pelo lendário Casanova para seduzir uma jovem e ganhar dinheiro, mas acaba envolvido numa trama política contra a família da noiva.
Eu me recordo que li pela primeira vez sobre este filme em uma entrevista com o mestre Woody Allen, que citava a obra como uma de suas favoritas na infância, motivo suficiente para anotar o título e procurar nas locadoras de vídeo. Não encontrei na época, mas acabei esbarrando nela anos depois na aurora da TV a cabo no Brasil.
Na revisão para este texto, gostei ainda mais do resultado, esta pérola dirigida por Norman Z. McLeod merece constar entre as melhores comédias protagonizadas pelo saudoso Bob Hope, infelizmente esquecido pelo público brasileiro, ao lado de “O Castelo Sinistro” (1940), “Minha Morena Linda” (1947), “De Tanga e Sarongue” (1952) e “O Filho do Treme-Treme” (1952).
Auxiliado desta vez por um refinado elenco de apoio, algo incomum em suas produções, com nomes como Vincent Price, Joan Fontaine, Basil Rathbone, Lon Chaney Jr., Raymond Burr e John Carradine, Hope exibe brilhantemente seu senso de humor, aprimorando o conceito farsesco que havia sido utilizado oito anos antes, em “Monsieur Beaucaire”.
O desfecho, com Hope quebrando a quarta parede e interagindo com o público, além de simpático, propondo uma resolução puramente fantasiosa, evidencia a inocência de uma época mais gentil que precisa ser urgentemente resgatada.
- Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.
Trailer:
