O Último Rodeio (The Last Rodeo – 2025)
Na esteira de uma crise, um ex-montador (Neal McDonough) de touros de 50 anos decide voltar ao esporte, apesar de seu relacionamento tenso com sua filha de temperamento forte. Confrontado com seus demônios, ele contempla o maior dos sacrifícios por sua família.
As chamadas das matérias sobre o filme avisam em tom depreciativo que há uma “pegada cristã” no roteiro, os textos não disfarçam a tremenda má vontade, o sistema e seus fantoches lutam para deslegitimar algo que formou os valores de nossos pais e avós, algo terrível, doentio, mas como o jornalismo já se encarregou de destruir a própria reputação nos últimos cinco anos, ninguém lúcido leva a sério estas patacoadas.

O roteirista/diretor é Jon Avnet, responsável por excelentes trabalhos como “Tomates Verdes Fritos” (1991) e “Justiça Vermelha” (1997), o mínimo que um crítico sério deve fazer é respeitar a carreira do artista e analisar a obra levando em conta a sua proposta, no caso, uma produção da Angel Studios, a mesma de “Som da Liberdade” (2023).
O curioso é que a produtora desta feita entrega uma história que caberia perfeitamente no molde melodramático inspirador que a Disney, empresa que joga na lama atualmente a memória de seu criador, costumava orgulhosamente entregar décadas atrás.
“O Último Rodeio” celebra valores familiares, traz mensagens edificantes, conta com um elenco competente, o resultado é prejudicado apenas por um primeiro ato estruturalmente inseguro, com um ritmo excessivamente lento.
A recompensa emocional no desfecho também poderia ser mais eficiente, talvez algumas cenas pudessem ter evitado desenvolvimento e resoluções clichês e focado mais na sutileza do material humano, mas fica claro que a ambição era atingir o máximo possível de pessoas.
A bonita intenção deve ser valorizada, as sequências de rodeios transmitem tensão, e, considerando o fraquíssimo momento atual na indústria, o filme ganha pontos.
Cotação: ![]()
- O filme estreia nesta semana nas salas de cinema brasileiras.
Trailer:

