No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.
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Sherlock Holmes – O Mistério do Forte Vermelho (The Crucifer of Blood – 1991)
Três soldados britânicos servindo na Índia escondem tesouro e juram segredo. Anos mais tarde, um deles desaparece e a filha (Susannah Harker) busca a ajuda do detetive Sherlock Holmes (Charlton Heston), que, junto com seu inseparável amigo, Dr. Watson (Richard Johnson), tenta desvendar o caso.
Eu sou completamente fascinado pela criação máxima de Arthur Conan Doyle, o detetive Sherlock Holmes. Um personagem tão rico em minúcias psicológicas, que muitos leitores acreditavam que ele havia realmente existido.
Ficamos conhecendo-o mediante esparsas observações que o escritor nos entrega ao longo das várias novelas e contos, sempre pelo ponto de vista do Dr. John H. Watson, o que acaba nos incitando a utilizar os mesmos métodos de dedução lógica de Holmes, como forma de entender suas motivações. A investigação que o leitor empreende com o prazer que advém de toda literatura de qualidade se torna viciante. Novas descobertas surgem a cada revisão, uma prova da genialidade de Doyle.
O meu intérprete favorito do personagem no cinema é Basil Rathbone, que capitaneou 14 produções entre 1939 e 1946, mas como fã inveterado do saudoso Charlton Heston, aluguei algumas vezes na adolescência a fita VHS deste telefilme dirigido por seu filho, Fraser C. Heston, que adapta a peça homônima de Paul Giovanni, levemente inspirada em “O Signo dos Quatro”, um livro fundamental, o segundo romance com o detetive de Baker Street.
Muita gente torceu o nariz para esta produção, mas o único problema que encontrei foi a proposta no que tange a figura do inspetor Lestrade, vivido por Simon Callow em forçado tom cômico, um direcionamento tolo, desnecessário, algo que nesta revisão, vários anos depois, incomodou ainda mais, envelheceu mal. Por outro lado, a postura serena de Heston, um Sherlock maduro, segue eficiente, uma pena que ele não retornou ao personagem.
Uma pérola que merece ser redescoberta pelos fãs dos livros.
- Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.
Trailer:

