Busca Implacável 3 (Taken 3 – 2014)
O que esperar de um filme que, no desespero de lucrar mais
alguns dólares, subverte a função do próprio título? A única razão lógica para
o “Taken” é como símbolo do valor do ingresso e do precioso tempo que nos são
tomados, enquanto tentamos não perceber que o diretor não possui a menor noção
de ritmo. Ao invés de acompanharmos a caçada do personagem de Liam Neeson, o
fraco roteiro, de Luc Besson e Robert Mark Kamen, copia a estrutura de “O
Fugitivo”, um plot twist que já soaria previsível na década de noventa. A
execução transparece o desânimo geral, faz parecer que nenhum profissional está
realmente motivado a participar do projeto.

O primeiro ato é especialmente ruim, moroso, com furos agressivos e alívios
cômicos constrangedores, como a longa piada com o protagonista e o urso de
pelúcia, uma forma canhestra de estabelecer novamente o personagem como uma
figura paterna carinhosa, e, pior ainda, a cena que envolve o detetive, vivido
por Forest Whitaker, e um delicioso Pretzel. É um senso de humor tolo,
antiquado no gênero, até para os padrões das produções recentes de Steven
Seagal. A montagem excessivamente caótica nas cenas de ação tenta construir um
senso de perigo que é inexistente, com a estética de destruição maximizada
sobrepujando a lógica narrativa, desrespeitando o desenvolvimento do
personagem, transformando o herói reativo em um inconsequente matador, como um
Jason Voorhees que é capaz de explodir um prédio lotado de famílias, para
eliminar um vizinho chato.

O filme original era eficiente, tinha ideias convencionais, mas tinha um
protagonista motivado e era bem executado. Já essa bomba, caso fosse lançada
fora da franquia, provavelmente seria distribuída direto no mercado de vídeo.



Viva você também este sonho...

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