Super Fly (1972)

A trama é simples. Um criminoso do Harlem, Youngblood Priest, vivido por Ron O’Neal, espera fazer uma última venda para começar uma vida nova longe do crime.

“Super Fly” normalmente aparece no topo das listas Blaxploitation, porém, com exceção da excelente trilha sonora de Curtis Mayfield, o melhor trabalho do músico, que carregou a obra nas costas até hoje, pouco se salva no projeto, fraco até para os padrões medianos do gênero. O roteiro falha em empolgar até mesmo na sequência final, uma briga equivocadamente filmada em câmera lenta, com ângulos que deixam aparente o punho que não chega nem perto do rosto do oponente.

A mesma preguiça pode ser percebida na longa cena romântica na banheira, emoldurada por uma trilha que sublinha uma lascívia que não é captada pela câmera do diretor Gordon Parks Jr., filho do responsável pelo projeto que iniciou o fenômeno: “Shaft”, mas nada é menos eficiente que a sequência de montagem de fotos, tiradas pelo pai do diretor, em que apenas a canção “Pusherman”, apresentada na íntegra pela segunda vez, consegue evitar que a atenção seja desviada para longe do fiapo de trama.

É hipnotizante a junção da guitarra e os bongôs, com o vocal em falsete, amalgamando o soul e o funk, em letras espertas que não glorificam a criminalidade, entregando a complexidade que não conseguimos enxergar nos personagens unidimensionais.

No ano seguinte, O’Neal decidiu voltar, dirigindo a sequência “Super Fly T.N.T.”, que consegue ser ainda pior, indefensável.



Viva você também este sonho...

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