Nestes tempos tão sombrios, vamos celebrar o amor. A ideia da lista é destacar as cenas de beijo inesquecíveis não apenas pela plasticidade técnica, ou pela beleza da história, mas pela profundidade simbólica do momento em que estão inseridas, pela quantidade de emoções encapsuladas no beijo, que se torna mais do que apenas um gesto de carinho.

É curioso perceber como a indústria hoje, apesar de despejar filmes românticos nas salas, encontra dificuldade em criar cenas de beijo marcantes, sintomático de roteiros cada vez mais genéricos, com relacionamentos desenvolvidos de forma pífia.

As obras, com breves comentários, não estão em ordem de preferência.

E o Vento Levou (Gone With The Wind – 1939)

Difícil encontrar beijo mais épico que este, emoldurado pelo fogo da guerra, o amor lutando contra a desesperança.

A Um Passo da Eternidade (From Here To Eternity – 1953)

Assim como “Psicose” entrou para o inconsciente coletivo de todos na hora do banho, não dá para caminhar nas areias de uma praia e não lembrar deste breve momento de paz que antecede o inferno da guerra.

A Dama e o Vagabundo (The Lady and The Tramp – 1955)

Mais fofo, impossível! Os diferentes que se tornam iguais na bela fábula Disney que segue encantando gerações.

Um Corpo Que Cai (Vertigo – 1958)

Hitchcock poderia entrar na lista com outros beijos marcantes, como o de “Interlúdio”, mas creio que nada supere a força simbólica deste momento. Claro que a trilha sonora de Bernard Herrmann ajuda bastante.

Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s – 1961)

Junte a música maravilhosa do mestre Henry Mancini, uma Audrey Hepburn no auge da doçura, um pequeno felino adorável e uma chuva torrencial, não tem como dar errado.

A Primeira Noite de Um Homem (The Graduate – 1967)

A hilária (e ansiosa) descoberta do mundo adulto, com o jovem entrando de cabeça na personalidade fascinante da mulher experiente.

Romeu e Julieta (Romeo and Juliet – 1968)

O amor romântico em sua forma mais pura, com o auxílio de uma das trilhas sonoras mais lindas já compostas no gênero, “A time for us”, de Nino Rota.

O Poderoso Chefão – Parte 2 (The Godfather: Part 2 – 1974)

O beijo da finitude que esconde mágoa e decepção, poucas vezes gesto tão afetuoso transmitiu tanta brutalidade.

Rocky – Um Lutador (Rocky – 1976)

Quase nunca lembrado, considero brilhante a construção deste momento, o encontro entre o pugilista abrutalhado e a tímida jovem que deseja ser reconhecida na multidão.

Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso – 1988)

Não apenas um beijo, mas vários! Este desfecho segue emocionando após a quadragésima revisão. O presente de um velho e querido amigo projecionista para o menino, agora adulto, que outrora dedicou tanto carinho a ele.

Ghost – Do Outro Lado da Vida (Ghost – 1990)

Como competir com um beijo do além? Com “Unchained Melody” tocando no talo, aí já é golpe baixo. Chore mais uma vez com um dos casais mais queridos da “Sessão da Tarde”.

Antes do Amanhecer (Before Sunrise – 1995)

Romance adulto, sentimentos complexos que explodem nesta cena linda da pérola minimalista de Linklater.

Titanic (1997)

Até você que gosta de debochar do sucesso do filme, precisa aceitar que esta sequência é de uma beleza irretocável.

Encontros e Desencontros (Lost in Translation – 2003)

O beijo mais sutil e, provavelmente, o mais humano da lista. Se você viu o filme, entende o valor simbólico desta troca tão rápida e sôfrega.



Viva você também este sonho...

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