Um dia marcante na minha pré-adolescência foi quando minha mãe chegou do trabalho no banco trazendo uma fita VHS emprestada de uma colega que era apaixonada por filmes de terror.
O título, escrito com caneta vermelha no adesivo já chamava minha atenção: “Filmes satânicos”. Gravados em velocidade EP, nesta ordem, “Warlock – O Demônio”, “A Catedral” e “O Portão”. Não preciso dizer que passei a tarde inteira vendo, sem intervalo, aquela preciosidade. E, claro, jogava “Warlock” no Super Nintendo, apesar de não ir muito longe.
Warlock – O Demônio (Warlock – 1989)
Na Boston do século XVII, a população testemunha a condenação de um rapaz (Julian Sands) acusado de pactuar com o demônio. Mas ele é misteriosamente transportado para a Los Angeles de nossos dias, disposto a reunir as três partes da Bíblia do demônio, para que o verdadeiro nome de Deus, contido em suas páginas, seja pronunciado ao contrário, o que aniquilará toda a criação.
Esta boa comédia de humor negro com toques de terror e aventura foi idealizada pelo competente roteirista David Twohy, de “O Fugitivo”, dirigida por Steve Miner, responsável pelo segundo e melhor filme da franquia “Sexta-Feira 13”, trazendo o sempre interessante conceito da viagem no tempo, elemento que levantou à época diversas comparações com “O Exterminador do Futuro”.
Os efeitos especiais envelheceram com charme, o carisma de Julian Sands ajuda bastante neste aspecto, o único problema é a maquiagem no processo de envelhecimento gradativo da personagem enfeitiçada vivida por Lori Singer, de temperamento difícil, ela se recusou a utilizar as opções dadas pelo técnico, logo, a solução improvisada, já na estreia, não impressionava ninguém.
O ritmo é irregular, fica um pouco arrastado no segundo ato, mas o fascínio pelo tema garante a atenção necessária. Há pouco gore, mas muito eficiente, acima da média. O respeitado Richard E. Grant vive o caçador de bruxas, Giles Redferne, mas o roteiro não possibilita qualquer desafio cênico para ele, fenômeno que garante ao canastrão Sands eclipsar sua inglória participação.
A cena mais marcante (pelo menos para o adolescente de outrora) é a possessão demoníaca que ocorre com a cartomante charlatã vivida por Mary Woronov, parceira frequente do grande Roger Corman.
As duas sequências, “Warlock 2: O Armageddon” (1993) e “Warlock 3: O Fim da Inocência” (1999), simplesmente horrorosas, elevam ainda mais a qualidade do original.
Cotação:
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