No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos. Caso o feedback seja positivo, a frequência pode aumentar já na primeira semana.
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Os Vagabundos Trapalhões (1982)
O vagabundo Bonga, seus três amigos e sua namorada cuidam de crianças abandonadas no interior de uma caverna, na periferia da cidade. Um dia, o menino rico Pedrinho, frustrado com a indiferença do pai, foge e vai morar junto com Bonga e seus amigos.
Este é um daqueles raros filmes em que uma opção no roteiro transforma positivamente o resultado, sendo mais específico, uma reviravolta realmente inesperada no terceiro ato.
Analisando friamente, o humor é adorável, o quarteto estava no auge, mas a estrutura é problemática, o conceito é excessivamente ingênuo, pegue, por exemplo, a sequência de abertura, mostrando os moradores de rua, representados pelos Trapalhões e os menores abandonados, debochando da rotina diária de estranhos que trabalham na cidade, em suma, criticando o capitalismo, algo, em essência, incoerente, já que vários filmes do próprio grupo concluem com a descoberta de tesouros, luxo e riqueza. Se o bom é ser pobre e não possuir nada, qual a razão de inserir na trama o recurso emotivo da entrega das crianças para lares de endinheirados sem filhos?
Na reviravolta final, o público descobre que Bonga (Renato Aragão) é o pai do empresário vivido por Edson Celulari, ele abandonou uma vida extremamente confortável, por opção, para se aventurar nas ruas. A forma como o roteiro entrega este momento é muito competente (emoção facilitada pela bela trilha sonora, versão instrumental de “Coração Menino”, composta por Glorinha Gadelha e Paulinho Tapajós, gravada por Jessé), focando na transformação interna que aquele reencontro opera no empresário, que se reconecta ludicamente com o filho pequeno, que havia fugido de casa, pois apesar de ter todos os brinquedos que o dinheiro podia comprar, ele não recebia afeto.
O filme não chega a alcançar este equilíbrio, a compreensão de que não é necessário demonizar o capitalismo, simplismo tolo, mas a honestidade com que este desfecho se estabelece compensa a falha.
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