No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Rua Principal (Calle Mayor – 1956)

Alguns amigos decidem se divertir e pregar uma peça em uma mulher (Betsy Blair) solteira. Portanto, um deles (José Suárez) tem que fingir se apaixonar por ela. Neste cruel jogo mental, ambos acabam se envolvendo mais do que o previsto.

Eu não sou um grande fã da obra do diretor espanhol Juan Antonio Bardem, o seu trabalho mais lembrado, “A Morte de Um Ciclista” (1955), considero medíocre, prefiro seu esforço em abandonar a zona de conforto em “A Corrupção de Chris Miller” (1973), bebendo da fonte estética dos gialli italianos, mas é impossível negar que ele chegou perto do brilhantismo no emocionalmente devastador “Rua Principal”, favorecido pela presença de Betsy Blair, praticamente repetindo a personagem que viveu em “Marty” (1955), de Delbert Mann.

Há uma sequência que se mantém viva na mente horas após a sessão, Isabel (Betsy) olhando pela janela, a chuva forte lá fora, as suas lágrimas metaforicamente se misturando às gotas que atingem o vidro, o olhar perdido, buscando uma felicidade que parece improvável. A personagem descobre que o mundo real é cruel, que a sociedade é vazia e que a jornada é ingrata.

  • Você encontra o filme garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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