No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Até o Último Obstáculo (Schachnovelle – 1960)

Em 1938, a bordo de um navio, um célebre intelectual vienense foge da Gestapo. Durante a viagem, disputa uma partida de xadrez com um campeão mundial do jogo e, para espanto de todos, vence o duelo.

Esta pérola do cinema alemão, dirigida por Gerd Oswald, adapta o excelente “Xadrez, Uma Novela”, do austríaco Stefan Zweig, que você encontra no livro “Novelas Insólitas”, lançado no Brasil pela editora Zahar.

O jogo que, como o próprio autor defendia, foi trazido à Terra por Deus para matar o tédio, afiar os sentidos e desafiar a alma, foi trabalhado no cinema algumas vezes, como em “Lances Inocentes” (1993) e “O Dono do Jogo” (2014), e, claro, também foi o protagonista da cena mais famosa de “O Sétimo Selo” (1957), de Ingmar Bergman, mas a sua importância metafórica enquanto simbolismo nesta esquecida obra, que conta no elenco com medalhões como Curd Jürgens, Claire Bloom e Mario Adorf, não pode ser menosprezada.

O roteiro consegue transmitir a atmosfera tensa da novela original, com louvável fidelidade, principalmente nos flashbacks que revelam como o enigmático jogador amador conseguiu manter sua sanidade enquanto esteve confinado graças aos exercícios mentais alimentados pelo livro surrupiado sobre partidas de xadrez.

  • Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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