No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Uma Razão Para Viver (Uncle Joe Shannon – 1978)

Um trompetista (Burt Young), autodestrutivo após o falecimento de sua esposa e filho em um incêndio, faz amizade com um jovem (Doug McKeon) aleijado e juntos enfrentam obstáculos através do incentivo um do outro.

Burt Young será sempre lembrado pelo mundo como o cunhado de Rocky Balboa, Paulie, mas o ator norte-americano tinha talento de sobra, destaco suas participações na série “Baretta” e no clássico “Chinatown”, de Roman Polanski.

Outro elemento pouco valorizado foi sua sensibilidade como roteirista, como no bonito telefilme “Daddy, I Don’t Like It Like This” (1978), dirigido pela filha de Robert Aldrich, Adell Aldrich, que você encontra completo no Youtube, e no melancólico “Uma Razão Para Viver”, dirigido por Joseph C. Hanwright. Ele também atua nos dois, uma entrega visceral, que evidencia o potencial desperdiçado nas décadas posteriores pela indústria.

Um ponto alto da produção é a trilha sonora jazzística, composta por Bill Conti, defendida pelo grande trompetista Maynard Ferguson, que Young mimetiza nas cenas, inserindo a dor do personagem.

O sentimentalismo exagerado pode pesar em alguns momentos, a trama se esforça para potencializar em cada reviravolta a desgraça na vida do protagonista, mas o público é mantido cativo porque o coração da obra é genuíno.

O desfecho comovente consegue ser ao mesmo tempo, uma tarefa difícil, significativo e edificante.

  • Você encontra o filme garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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