No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Abril (Aprili – 1962)

Um jovem casal (Gia Chiraqadze e Tatyana Chanturia) feliz muda-se de um bairro pobre para um novo conjunto habitacional. A sua relação piora progressivamente à medida que o seu conforto e posses aumentam.

O diretor georgiano Otar Iosseliani faleceu no dia 17 de dezembro de 2023, aos 89 anos de idade. Infelizmente suas obras nunca foram muito valorizadas no Brasil, destaco pérolas como “E a Luz se Fez” (1989), “Era Uma Vez um Melro Cantor” (1970) e “À Caça as Borboletas” (1992). E se os seus longas receberam pouca atenção, os seus curtas e médias, que considero o verdadeiro tesouro de sua cinematografia, foram incrivelmente ignorados.

A arte dele se mostrava mais forte na simplicidade, o senso de humor generosamente influenciado por Jacques Tati nunca foi tão eficiente quanto no média-metragem “Abril”, em que o casal protagonista se comunica brevemente e de forma nonsense, uma linguagem inventada que reforça o tom fabulesco do roteiro.

Na visão poética do diretor, os beijos dos personagens acendem luzes no ambiente, você, enxergando como o amor genuíno se revela em cada detalhe do início modesto no apartamento vazio, compra rapidamente o conceito da parábola contra o consumismo desenfreado.

  • Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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