Eu sou apaixonado por jazz, comecei a escutar na mesma época em que estudava tudo sobre ópera.
Não preciso dizer que este gosto musical prejudicou muito minha vida social na época da escola, eu era o menino esquisito magricela de óculos que só pensava em filmes antigos, música “de velho” e livros de sebo. O que eu não imaginava era que o mundo entraria em um processo devastador de infantilização, e que, hoje, aos 40 anos de idade, eu continuaria sendo o esquisito…
Eu selecionei algumas pérolas do cinema (excluindo documentários) que abordam o jazz, e, para enriquecer a matéria, inseri, entre um filme e outro, links para discos que amo, alguns muito celebrados, outros injustamente pouco lembrados.
Vale ressaltar que a lista não está em ordem de preferência.
Bird (1988)
O diretor Clint Eastwood, grande fã de jazz, dirige este estudo emocionante sobre o saxofonista Charlie Parker (Forest Whitaker). O filme mostra o relacionamento difícil de Parker com sua esposa, Chan Parker (Diane Venora), assim como cenas do saxofonista improvisando no palco iluminado com neon e fumaça de cigarro em clubes antigos de jazz.
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Scenery (Ryo Fukui), lançado em 1976:
Por Volta da Meia-Noite (Round Midnight – 1986)
A lenda do jazz Dexter Gordon vive brilhantemente o saxofonista tenor fictício Dale Turner, um músico que perde lentamente a batalha contra o alcoolismo, afastado de sua família e por um fio no mundo do jazz de Nova York dos anos 1950. Pérola dirigida por Bertrand Tavernier.
Portrait in Jazz (Bill Evans), lançado em 1960:
Nova Orleans (New Orleans – 1947)
O proprietário de um salão de jogos se muda de Nova Orleans para Chicago e entretém seus clientes com o jazz quente de Louis Armstrong, Billie Holiday, Woody Herman, entre outros, neste musical dirigido por Arthur Lubin.
A Love Supreme (John Coltrane), lançado em 1965:
Poucas e Boas (Sweet and Lowdown – 1999)
Na década de 1930, o guitarrista de jazz fictício Emmet Ray idolatra Django Reinhardt, enfrenta gângsters e se apaixona por uma muda. Pérola dirigida pelo mestre Woody Allen.
Cat (Hiroshi Suzuki), lançado em 1976:
Noite Insana (All Night Long – 1962)
Este filme é Otelo, de Shakespeare, com uma batida de jazz progressivo, com destaque para as participações de Dave Brubeck e Charles Mingus. O Iago do filme é o baterista Patrick McGoohan, que planta as sementes do ciúme nos ouvidos de Otelo, ou melhor, do líder da banda, Paul Harris. Pérola do diretor Basil Dearden.
Time Out (The Dave Brubeck Quartet), lançado em 1959:
Cotton Club (The Cotton Club – 1984)
Músico salva a vida de um gângster, que o leva para trabalhar em sua casa noturna. Lá ele conhece a namorada do bandido, eles se apaixonam e fazem o impossível para não serem descobertos. Pérola dirigida por Francis Ford Coppola.
Kind of Blue (Miles Davis), lançado em 1959:
