O saudoso diretor senegalês Ousmane Sembène, pai do cinema africano, produziu poucos filmes, mas a sua contribuição é muito importante, ele sabiamente escolheu a teatralização como ferramenta para se comunicar em escala mundial, contando histórias que fortaleciam a identidade de seu povo.
Um ponto que considero fundamental em sua abordagem artística é o real interesse em tocar o coração do público, fazer rir, chorar, ele não enxergava o filme como muleta de segurança intelectual ou palanque político, a recompensa vinha ao perceber a reação das pessoas na sala escura.
Eu selecionei 4 trabalhos que só melhoram em revisão, pérolas que merecem ser redescobertas.
Como você encontra estes filmes? O primeiro passo fundamental é PROCURAR. Se você já pensou em deixar esta pergunta nos comentários da postagem sem antes digitar o título desejado no Google, faz-se preciso reconhecer, não há um genuíno interesse, mesmo que eu te oferecesse o filme embalado com laço de fita, você jogaria ele numa estante qualquer onde acumularia pó.
Aos cinéfilos dedicados e proativos, uma dica, TODOS são encontrados facilmente garimpando na internet.
Vale ressaltar que os títulos não estão listados em ordem de preferência.
EMITAÏ (1971)
O filme conta a história de uma aldeia no Senegal, durante a Segunda Guerra Mundial. Os homens são obrigados a ir para a Europa para lutar e a comunidade é obrigada a entregar o arroz que produz para o exército francês.
XALA (1975)
Um rico empresário corrupto casa pela terceira vez, com o objetivo de colocar seu nome nos jornais. Depois de uma noite de núpcias decepcionante, o empresário descobre que está impotente. Enquanto ele passa por uma série de “curas” (incluindo várias ligadas à feitiçaria), o seu prestígio nas comunidades diminui, junto com seu senso de masculinidade.
MANDABI (1968)
Ibrahim está desempregado e precisa sustentar a família. Certo dia, ele recebe uma ordem de pagamento do sobrinho em Paris. Ao descontar o cheque, ele precisa apresentar um documento de identidade, algo que ele não tem. Começa assim uma correria absurda no mundo corrupto da burocracia senegalesa.
A NEGRA DE… (La Noire de… – 1966)
Jovem senegalesa vai para a França, para trabalhar como empregada na casa de um casal. Lá tem sua visão romântica do país confrontada pela dura realidade do trabalho.
