No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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O Mais Bandido dos Bandidos (Dirty Dingus Magee – 1970)

Enquanto viajava pelo Novo México, Hoke Birdsill (George Kennedy) é roubado por Dirty Dingus Magee (Frank Sinatra), um criminoso trapalhão. Então, quando Hoke chega na cidade mais próxima, Yerkey’s Hole, ele exige justiça de Belle Nops (Anne Jackson), prefeita da cidade e senhora do bordel local. Em resposta, Belle transforma Hoke em um homem da lei. Apesar dos melhores esforços de Hoke, no entanto, Dirty Dingus Magee continua a criar problemas, auxiliado por sua amante nativa, Anna Hot Water (Michele Carey).

O trabalho do saudoso roteirista/diretor Burt Kennedy foi injustamente esquecido, ele foi um dos grandes mestres do faroeste (ele é o responsável pelo roteiro dos clássicos “O Homem Que Luta Só” e “Resgate de Bandoleiros”, dirigidos por Budd Boetticher), mas também era extremamente competente na arte de desconstruir comicamente o Velho Oeste americano. Nesta seara, eu destaco pérolas como “Gigantes em Luta” (1967) e “Uma Cidade Contra o Xerife” (1969).

“O Mais Bandido dos Bandidos” é considerado por muitos o seu filme mais fraco, mas aprecio demais a sua despretensão e a simplicidade com que a narrativa se desenvolve, uma deliciosa sequência de eventos que ressaltam a todo momento o elemento farsesco.

A luta das mulheres da vida pela permanência dos índios na região, já que a ameaça obriga os jovens da Cavalaria ao retorno constante. Vários personagens enfatizando frequentemente que a lei do Oeste é a covardia. O bandido tosco, buscando ser mais temido, aumentando no cartaz o valor por sua ínfima recompensa. Há várias cenas maravilhosas, a curta duração inteligentemente evita que a estrutura se torne repetitiva, cansativa.

Claro que a presença sempre carismática de Frank Sinatra ajuda bastante, ele vivia um período criativo complicado, como músico tentava desafiadoramente abraçar a modernidade, lançou ótimos discos fora da curva como “A Man Alone” e o altamente conceitual (e maravilhoso) “Watertown”. E, como ator, buscava um respiro cômico, após projetos como “A Lei é Para Todos”, “A Mulher de Pedra” e “O Serviço Secreto em Ação”. Ele se divertiu nas filmagens, você percebe claramente, mas o público da época se incomodou com o tom do roteiro.

Se você quer 90 minutos de uma adorável bobagem para animar o seu dia, não precisa procurar mais, “O Mais Bandido dos Bandidos” é tiro certo!

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Trailer:



Viva você também este sonho...

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