A Rainha do Mar (Million Dollar Mermaid – 1952)

Esther Williams tinha um carisma impressionante, capaz de segurar sozinha a responsabilidade de lucrar com filmes em que o ponto alto se resumia a braçadas na piscina, algo jamais repetido na história do cinema musical.

O seu sorriso caloroso derretendo os corações masculinos, o corpo escultural lapidado de nadadora profissional. O seu melhor trabalho, “A Rainha do Mar”, acaba de ser resgatado em DVD pela distribuidora “Studio Classic”, oportunidade de ouro para que a nova geração se encante com a sereia mais espetacular do cinema.

Dirigido por Mervyn LeRoy, o roteiro é livremente inspirado na vida da australiana Annette Kellerman, pioneira artista que tentou atravessar o canal da Mancha a nado e escandalizou o mundo em 1907 ao ser detida por atentado ao pudor na praia, por causa de seu maiô de peça única. Williams já havia protagonizado a refilmagem de “A Filha de Netuno”, outrora veículo de Kellerman, logo, as histórias das duas se misturaram no inconsciente coletivo do público da época.

Victor Mature não faz feio como o empresário inconsequente e apaixonado, mas quem emociona é Walter Pidgeon, vivendo o pai da jovem, inicialmente preocupado com suas escolhas profissionais, ele percebe rapidamente que nenhuma força no mundo iria impedir a filha de conquistar seus objetivos. Se nem a poliomielite foi capaz de destruir seus sonhos, o medo natural dando lugar ao desejo por explorar suas limitações físicas, seria questão de tempo para que a felicidade injetasse significado maior à sua vida.

As coreografias aquáticas intensamente criativas de Busby Berkeley, balé que ainda hoje se mostra eficiente, emolduradas pela fotografia onírica de George J. Folsey, garantem entretenimento de altíssimo nível.



Viva você também este sonho...

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