Críticas

Crítica (sem spoilers) de “Homem-Formiga e a Vespa”, de Peyton Reed

Homem-Formiga e a Vespa (Ant-Man and the Wasp – 2018)

Após os acontecimentos de “Capitão América: Guerra Civil”, Scott Lang tenta equilibrar sua vida familiar como pai com suas responsabilidades como Homem-Formiga, quando Hope van Dyne e Hank Pym apresentam-lhe uma nova missão para trazer à luz segredos do passado, exigindo que ele se junte com van Dyne como a nova Vespa.

Os filmes da Marvel Studios já se tornaram um subgênero com suas próprias regras e uma fórmula bastante previsível. Dito isto, não podemos mais esperar que os adultos nas tramas ajam como adultos, são personagens infantilizados, bobinhos, envolvidos em aventuras medianas em que enfrentam, com raras exceções, vilões patéticos e/ou fracamente desenvolvidos. Com isto em mente, analisar estas produções é levar em consideração todos estes elementos, tentando enxergar se os roteiros são eficientes naquilo que se propõem entregar: divertimento raso e com prazo de validade curto para crianças, adolescentes abobalhados e adultos que colecionam action figures dos super-heróis. “Homem-Formiga e a Vespa” é ajudado pelo carisma do protagonista, vivido por Paul Rudd, mas, de forma geral, potencializa os defeitos do primeiro filme, também dirigido por Peyton Reed.

Não há peso dramático (se você chorou vendo o final de “Guerra Infinita”, talvez considere exibição de complexidade dramática uma testa franzida com violinos ao fundo), toda tentativa de se criar tensão é boicotada por piadinhas, o tom é leve, descompromissado e tolo (como a segunda cena pós-créditos salienta). O mérito está nos efeitos visuais e na maneira como este recurso é utilizado inteligentemente nas mirabolantes sequências de ação, com destaque para a perseguição nas ruas de São Francisco.

Ao conduzir o humor para a costura rápida de uma interação familiar, o longa resgata aquele clima melancólico das comédias comportadas da década de noventa, com Evangeline Lilly (Vespa) servindo de muleta narrativa, assim como Michael Peña (Luís), um alívio cômico (qual o motivo de inserir “alívio cômico” em algo que peca exatamente pela leveza cômica exagerada?) desajeitado, preguiçosamente repetindo sua função no anterior. Laurence Fishburne (Bill) também é tremendamente subutilizado como um antigo rival de Hank Pym (Michael Douglas em piloto automático), sem qualquer importância na história. A vilã Fantasma (Hannah John-Kamen) é, talvez, o ponto mais fraco nesta bobagem milionária. Nada se salva, atuação amadora, design em CGI pouco criativo e motivações pífias e mal trabalhadas.

Finalizando, a primeira cena pós-créditos é o momento mais interessante do filme. Você pode imaginar o nível do resto.

Cotação: 

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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