John Wick 3 – Parabellum (John Wick: Chapter 3 – Parabellum – 2019)
Após assassinar o chefe da máfia Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio) no Hotel Continental, John Wick (Keanu Reeves) passa a ser perseguido pelos membros da Alta Cúpula sob a recompensa de U$14 milhões. Agora, ele precisa unir forças com antigos parceiros que o ajudaram no passado enquanto luta por sua sobrevivência.
Eu escrevi isto em minha crítica do segundo filme: “Não me surpreenderei se, em alguns anos, estiver vendo John Wick sendo enviado para uma missão espacial, perseguido por caçadores de recompensa marcianos”. E, no mesmo texto: “Outro problema é que o roteiro falha em trabalhar as consequências físicas e psicológicas dos danos sofridos nos conflitos, o filme se torna um videogame de tiro em primeira pessoa, Wick é quase invulnerável”. Nada mudou, o terceiro capítulo desta história apenas repete o brilhantismo técnico na condução das intensas coreografias, elevando ainda mais a potência e, como eu temia, sugerindo que há muito ainda a desbravar no futuro. O desfecho irrita por, como já está se tornando moda, focar na abertura de novas possibilidades, ao invés de entregar uma conclusão narrativa coesa.
O roteiro leva em consideração que apenas os mais dedicados seguidores da franquia pretendem pagar o ingresso, já que não há preocupação alguma em contextualizar os acontecimentos na mitologia expandida no anterior, fornecer explicações básicas para que o público geral tenha onde se agarrar entre um espancamento e outro. É uma decisão mercadologicamente corajosa, mas essencialmente tola. Então, recado importante, reveja os dois primeiros pouco antes da sessão, para que a rocambolesca trama não se transforme em um incômodo, um obstáculo à apreciação das peripécias do protagonista.
Keanu Reeves não é exatamente um grande ator, ele criou uma persona facilmente identificável e que funciona na tela, o carisma dele vende todas as emoções que ele encontra dificuldade em transmitir, algo que, especificamente neste projeto, não atrapalha em nada. Após quarenta minutos, o espectador já está anestesiado, passivo diante do videogame exibido na telona, antecipando divertidamente como o herói criativamente vai aniquilar o próximo oponente.
A inclusão de novos personagens, como Sofia (Halle Berry) e a Diretora (Anjelica Huston), sem preocupação em desenvolver minimamente suas motivações e histórico, prejudica a fluidez narrativa, diluindo a já rasa experiência. Como ponto positivo, vale destacar a forma como este terceiro, ainda mais que o segundo, abraça uma estética autoconsciente quase satírica do gênero, similar à versão do Brian De Palma de “Vestida Para Matar” e “Dublê de Corpo” para o giallo.
Como pura obra de ação, o diretor Chad Stahelski, ex-dublê, entrega mais uma porrada sensorial, assumindo sem vergonha alguma a charmosa canastrice que já se fazia presente no superior original, “De Volta ao Jogo”, satisfazendo os anseios dos fãs e cumprindo com competência sua função. É suficiente? Quase.
Cotação:
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