Memórias da Dor (La Douleur – 2017)
Desesperada por notícias de seu marido, que foi preso pelos alemães, a obstinada escritora Marguerite Duras (Mélanie Thierry) entra em um jogo psicológico de alto risco com um colaborador do regime alemão.
A adaptação cinematográfica do roteirista/diretor francês Emmanuel Finkiel para o contundente livro autobiográfico “A Dor”, de Marguerite Duras, repetindo a parceria com a bela Mélanie Thierry (com quem fez o anterior, “Não Sou Um Canalha”), pode não ser comercialmente atraente, com sua opção pelo ritmo excessivamente lento e por um texto denso, mas é fiel à letra da autora.
Por outro lado, o consciente distanciamento emotivo na estrutura episódica adotada acaba prejudicando o desenvolvimento narrativo da protagonista, cuja angústia, tema central, por vezes, soa artificial, principalmente após a hora inicial, soterrada pela monotonia dominante.
Há um vício de estilo que complica a fluidez da trama, manipulações sonoras, a repetição de símbolos, rimas visuais óbvias relacionadas ao processo criativo da autora, cenas sempre iluminadas de forma pretensiosa, blasé, com a fotografia eventualmente tomando o protagonismo com desfoques, eclipsando o introvertido sentimento de solidão, e, por conseguinte, a humanidade frágil da personagem, com uma extrovertida necessidade fílmica de atrair a atenção para elogios da crítica, possíveis indicações e prêmios, um equívoco muito comum.
É o tipo de filme que você, que desconhece o material original, lê a sinopse, fica cativado com a bonita simplicidade da história, mas que, apesar de reconhecer a competência de todos os envolvidos, após arrastados vinte minutos, já está se sentindo um penetra na festa alheia, procurando angustiado pelos corredores algum rosto familiar.
Cotação:
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