Críticas

“O Mundo Perdido”, clássico SCI-FI da era silenciosa

O Mundo Perdido (The Lost World – 1925)

O professor Challenger (Wallace Beery) lidera um grupo de exploradores britânicos à América do Sul para provar ao mundo civilizado que existe uma terra onde vivem criaturas pré-históricas.

O VHS lançado por aqui pela Continental ficou cansado de tanto que foi rebobinado na minha adolescência, não o original, claro, não tinha dinheiro para alugar repetidas vezes a mesma fita, meu pai na época já havia me ensinado a arte de copiar utilizando dois aparelhos, logo, este clássico foi um dos primeiros a marcar presença na minha videoteca.

Por muitos anos aguardei um lançamento oficial (leia-se, não pela Continental) em DVD, mas as distribuidoras nacionais desprezaram a obra. Hoje, graças à democratização do cinema através da maravilhosa internet, tive a emocionante oportunidade de rever esta pérola no Youtube, em magnífica versão recentemente restaurada, com quase 50 minutos a mais, incluindo uma linda introdução protagonizada pelo autor do livro, Arthur Conan Doyle.

Um épico para os moldes de seu tempo, o filme, dirigido por Harry O. Hoyt, é mais lembrado pela inovação na técnica de efeitos stop-motion, possibilitando as fascinantes sequências com os dinossauros, conduzida pelo grande pioneiro Willis H. O’Brien, que anos depois surpreenderia o mundo com “King Kong”. Vale destacar, dentre tantos momentos embasbacantes, a debandada de répteis gigantes após a explosão de um vulcão. Aliás, a história dos bastidores da produção é tão incrível quanto a aventura liderada pelo grosseirão professor Challenger.

Quando “King Kong” estreou em 1933, para enfatizar na mente das plateias o “ineditismo” do espetáculo, o estúdio ordenou que todas as cópias de “O Mundo Perdido” fossem recolhidas e destruídas. Por milagre, versões com muitos cortes e propositalmente confusas sobreviveram neste processo, mas a obra foi reduzida à esquecível peça de museu, uma curiosidade cinéfila, na melhor das hipóteses, inspiração para o “Jurassic Park”, de Spielberg, tremenda injustiça.

Analisando o épico em seu estado original, ou o mais próximo disto possível, graças à linda restauração promovida pela Lobster Films, você consegue imaginar o impacto destas imagens no público da época.

Cotação: 

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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