Toureiro Sem Sorte (The Bobo – 1967)
Juan Bautista (Peter Sellers), um conquistador de araque, tem que seduzir a cara cortesã (Britt Ekland) a fim de obter um emprego como cantor.
A minha memória me garante que vi esta comédia britânica na infância, provavelmente na Sessão da Tarde, mas o que ocorre é que encontrei recentemente por acaso, garimpando na internet, apertei o play, quase desisti por volta dos dez minutos iniciais, mas um conjunto de fatores me reteve, o carisma de Peter Sellers, um dos meus atores favoritos, a beleza da sueca Britt Ekland e a trilha sonora com forte pegada de Bossa Nova composta pelo grande Francis Lai, em seu primeiro trabalho para a indústria norte-americana.
Adaptando o livro “Olimpia”, escrito por Burt Cole, o roteirista David R. Schwartz enxergou no pouco ortodoxo relato dos malefícios de se levar a vida com pequenos trambiques uma oportunidade cômica. Inicialmente, Sellers estava interessado em dirigir, mas após a entrada de Ekland no elenco, sua esposa na época, convidou o veterano Robert Parrish para a função. A sua assinatura se mostra por vezes firme demais, prejudicando a fluidez de alguns momentos puramente tolos, como quando Bautista, para demonstrar segurança ao empresário apostador, vivido por Adolfo Celi, trata o automóvel estacionado de sua vítima como se fosse um touro na arena.
A jovem Olimpia (Ekland) é famosa por levar vantagem em seus relacionamentos amorosos, ela é reduzida ao estereótipo mais simplório, apresentada babando por um carro esportivo, uma madame que trata melhor seu cãozinho do que a funcionária em sua casa, papel desempenhado com brilhantismo pela hilária Hattie Jacques. A atmosfera é quase onírica, refletindo o período mais libertário da década de 60, todos os personagens são trabalhados acima do tom, menos o resignado dono do bar, vivido por Alfredo Lettieri, o eterno Sollozzo, de “O Poderoso Chefão”, que, com sua sobriedade absurdamente contrastante, acaba roubando várias cenas.
O ponto alto, curiosamente, não faz referência à trama diretamente, a catalã Antonia Santiago Amador protagoniza um dos momentos mais impressionantes do filme, a longa e hipnótica sequência de dança flamenca, captada inteligentemente pela fotografia de Gerry Turpin enfatizando a sua apaixonante dramaticidade.
Cotação:
Trilha sonora composta por Francis Lai:
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