O Corvo (The Raven – 1963)

Dois anos após o falecimento de sua esposa, Lenore, o mágico Erasmus Craven ainda segue profundamente deprimido. Um dia, ele é visitado por Adolphus Bedlo, um homem que foi transformado em um corvo depois de perder um duelo com o Dr. Scarabus, um feiticeiro malvado.

Ao apostar no humor como tom dominante para o filme, Roger Corman criou uma pérola que se distancia dos outros projetos do ciclo da AIP, utilizando o melancólico poema de Poe como espirituosa desculpa para colocar em cena medalhões como Vincent Price, Boris Karloff e, como a própria ave do título, Peter Lorre, protagonizando o mais divertido duelo de magos da história do cinema.

Até mesmo os efeitos visuais trabalhados com o baixo orçamento mantém um charme fascinante, algo que nos remete aos livros de fantasia que líamos na infância. Vale destacar o hilário relacionamento do personagem de Lorre com o filho, vivido por Jack Nicholson, um jovem que o idolatra, mas que recebe como resposta apenas grosseria. O roteiro de Richard Matheson explora todas as possibilidades cômicas, forçando a mão algumas vezes, mas sempre amparado pelo carisma matador de Price.

Ainda que muitos críticos avaliem negativamente o clima da obra, o despojamento aparente na leveza das cenas é o símbolo máximo da competência do diretor, já que o mais difícil é fazer com que a superação diária de obstáculos no set de filmagem não transpareça para o espectador, encantado com a naturalidade do elenco no que parece ser uma festa entre amigos de longa data.



Viva você também este sonho...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui