Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate – 1962)

Pergunte ao Major Bennett Marco (Frank Sinatra) e ele dirá que o Sargento Raymond Shaw (Laurence Harvey) é um herói digno de Medalha de Honra. Mas, apesar do que diz, Marco desconfia do contrário. Um pesadelo estranho e recorrente lhe dá a desconfortável sensação de que Shaw é alguém muito menos heroico e muito mais traiçoeiro. Seria mesmo Shaw um traidor? Conseguiria Marco convencer o Exército de suas suspeitas? E onde se encaixa nisso tudo a influente e rigorosa mãe de Shaw (Angela Lansbury)? 

Dirigido por John Frankenheimer, Frank Sinatra vive um herói militar que retorna para casa após a guerra, somente para perceber que foi usado em uma trama de espionagem, em que, por meio de hipnose, foi levado a eliminar até mesmo membros de seu próprio pelotão. Poucos filmes abordam a paranoia de forma tão eficiente, pois ao invés de focar-se nos extremismos políticos, mostra que o indivíduo comum é o que está mais suscetível à manipulação.

Um tenso thriller político que continua tão eficiente quanto no dia de sua estreia, tocando em temas espinhosos num momento histórico delicado (o que o levou a ser proibido em diversos países), ácido na forma como evidencia os perigos do comunismo, misturando influências do Noir, uma belíssima fotografia de Lionel Lindon, com o competente roteiro do dramaturgo George Axelrod, adaptando o livro de Richard Condon, criticando duramente a utilização da televisão como ferramenta política.

A sua abordagem foi profética no caso da eliminação de Kennedy, fator que envolve o projeto numa aura sombria e o torna ainda mais contundente.

* O filme não está nas plataformas de streaming, mas você encontra em DVD e, claro, garimpando na internet.



Viva você também este sonho...

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