A Outra Face da Violência (Rolling Thunder – 1977)

De volta do Vietnã como herói, após uma traumática experiência como prisioneiro de guerra, Charles Rane tenta lidar com problemas pessoais.

Esta é a melhor introdução para aqueles que querem conhecer e entender o movimento da Nova Hollywood, um filme acessível, dirigido por John Flynn e com roteiro de Paul Schrader, trabalhando o leitmotiv da vingança com uma pegada brutal.

Destaco aqui a atuação minimalista de Tommy Lee Jones, como o sargento amigo do major, um homem que, após a experiência da guerra, desaprendeu a viver em sociedade. O seu rosto inexpressivo, sua postura deslocada em qualquer ambiente, uma composição que já mostrava o grande ator que o mundo viria a reconhecer no futuro.

No desfecho, quando ele e o major, devidamente uniformizados, partem para a selvageria em um tiroteio praticamente suicida que nos remete ao clímax de “Butch Cassidy”, o rosto do sargento se ilumina em um sorriso perturbador, mostrando que ele se sentia confortável apenas na batalha.

O gancho que substitui a mão do major, elemento que inexplicavelmente não foi trabalhado no marketing da época, insere na trama um traço pulp empolgante. Há um senso de felicidade no major, quando ele, numa reviravolta do destino, encontra na vingança pelo assassinato da família uma motivação para se libertar das amarras que ainda o prendiam à qualquer ideia de civilização. Mais do que uma busca por justiça, ele vê na caçada um revide pelo orgulho de combatente ferido.

A bela jovem que o mima de todas as formas não existe em seu horizonte, ele a suporta com reservas, ele utiliza a moça como ajudante em seu trabalho. O que importa para ele é o cumprimento da missão.

* Você encontra o filme em DVD, e, claro, garimpando na internet.



Viva você também este sonho...

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