Torso (I Corpi Presentano Tracce di Violenza Carnale – 1973)
Um criminoso mascarado elimina jovens estudantes, espalhando o terror numa cidade do interior da Itália.
Quando conheci os gialli, em minha fase exploratória adolescente, o principal motivo que me despertou o interesse foi um trecho lido em alguma revista SET, em que o escritor abordava a influência destes filmes na criação dos slashers norte-americanos. Então o pai do Jason Voorhees e do Michael Myers era italiano?
Quando efetivamente vi “Torso”, “Banho de Sangue”, entre outros, encontrei mais do que referências, eu percebi que os diretores de obras como “Sexta-Feira 13” e “Halloween” copiaram descaradamente sequências inteiras destes filmes, enquadramentos e símbolos visuais, eles tomaram um banho demorado nesta fonte, adicionando na equação a imortalidade dos assassinos, sempre dispostos a afiarem seus facões para as sequências. O meu amor pela filmografia de Mario Bava, Dario Argento, Aldo Lado, Sergio Martino, entre outros mestres do giallo, nasceu desta chocante constatação.
O que Martino faz em “Torso”, que prefiro chamar pelo título original: “Os corpos apresentam sinais de violência sexual”, o grande barato do filme é seu total desinteresse por qualquer sutileza, ele faz questão de entregar tudo o que ele sabia que o público pagante desejava ver na tela.
De belas mulheres sensuais da cidade grande provocando o povo da cidade interiorana, até a representação crua da violência, ainda mais perturbadora enquanto sugestão, tudo é mostrado de forma intensa. Tudo conspira para um terceiro ato agressivamente maravilhoso, com adoráveis mulheres isoladas em uma locação exótica, sob o olhar atento de um criminoso.
Os últimos vinte minutos são uma aula de suspense e terror, com destaque para a cena que envolve uma tentativa de se resgatar uma chave por baixo de uma porta, momento realmente inesquecível.
E, inserido no contexto, o roteiro também utiliza o microcosmo da relação que se estabelece entre as jovens visitantes e o povo da cidade, como um reflexo do macrocosmo político e social da Itália na época, as tensões de classe, raça e gênero que movimentavam as manchetes dos jornais.
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Um ótimo Giallo .Realmente o ato final é de roer as unhas!