Críticas

Dica do DTC – “Sete Anos de Azar”, de MAX LINDER

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

***

Sete Anos de Azar (Seven Years Bad Luck – 1921)

Max, um homem supersticioso, está prestes a se casar, mas teme que sua sorte mude por ter quebrado um espelho. No entanto, ao tentar escapar de situações perigosas, ele acaba se metendo em ainda mais confusão.

Gabriel Leuvielle, apaixonado por teatro desde pequeno, enxergava na vida agitada dos profissionais circenses que visitavam sua cidade um horizonte mais agradável do que a rotina de sua família, proprietária de vinhedos.

Ao iniciar nos palcos, ele adotou o nome que o tornaria internacionalmente conhecido, Max Linder. A comédia era sua zona de conforto, o lendário produtor Charles Pathé ficou impressionado com seu carisma em cena e convidou o jovem para se aventurar na novidade da época, atuar na frente de uma câmera, algo que nem era considerado arte séria pelos veteranos.

Ele, de cara limpa, desenvolveu um personagem bon-vivant que sempre se metia em confusões por seu apreço por belas mulheres, Linder foi o primeiro astro mundial do cinema, extremamente popular, cultuado por fãs, com imitadores, antes mesmo de Charles Chaplin, que, aliás, admirava o seu trabalho e chegou a homenagear o francês em alguns de seus curtas. Os dois se tornaram amigos, o registro histórico do encontro deles é uma pérola que compartilho abaixo:

“Sete Anos de Azar” é sua obra mais celebrada, mas recomendo também “Seja Minha Mulher” e “O Mosqueteiro”, três produções norte-americanas, no auge do seu sucesso. A sequência do espelho ficou eternizada, uma gag que seria copiada várias vezes nas décadas seguintes, como em “O Diabo a Quatro” (1933), dos Irmãos Marx, mas a forma como Linder executa esta difícil rotina cômica é insuperável.

É triste como seu legado foi esquecido, provavelmente o número de acessos deste resgate será mínimo, o acachapante desinteresse da massa trabalha a favor da bestialização desejada pelo sistema, pobre nova geração…

  • Você encontra facilmente o filme garimpando na internet.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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