Eu amo preparar esta tradicional lista de 10 Melhores Filmes lançados no Brasil, nas salas de cinema e nas plataformas de streaming, algo que profissionalmente entrego desde 2008 (e, antes de atuar na área, desde 2002 – você encontra todas as listas no “Devo Tudo ao Cinema”, no tema “TOP”). O cinema atravessa uma fase terrível, mas, contra todas as probabilidades, a arte sempre encontra uma forma de sobreviver.

Aproveito o ensejo para desejar Feliz Natal, uma linda passagem de ano e agradecer pela carinhosa atenção com o meu trabalho. Que 2023 seja mais gentil com todos nós.

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1 – Top Gun: Maverick, de Joseph Kosinski

O núcleo composto pela turma de jovens aviadores não está lá para narrativamente empurrar Maverick para um papel secundário, talvez até provar como ele é irrelevante, esquisito, dispensável, estratégia deselegante comum em produções como o recente “007 – Sem Tempo Para Morrer” e a trilogia de “Star Wars” da Disney, não, muito pelo contrário, a equipe de, com algumas exceções, rostos desconhecidos, presencia a celebração daquele que foi o responsável por tudo, o cara que, com seu carisma e talento, arrastou multidões aos cinemas desde a década de 80. É assim que se faz, conservar é amar, a arte deve ser sempre colocada em primeiro lugar na equação de uma produção…

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2 – ELVIS, de Baz Luhrmann

A reconstituição de época na direção de arte é impecável, especialmente nos segmentos focados no especial televisivo de 1968 e na estreia no International Hotel, momentos em que o roteiro evidencia o brilhantismo de Elvis nos bastidores, como quando rege informalmente a banda e a orquestra, buscando uma identidade sonora única, transferindo a sua pegada animalesca, desafiadora, instintiva, para os músicos, culminando na química perfeita que encantava as plateias. O desfecho é devastador, muito emocionante, mérito da entrega pungente de Austin Butler, a dor em seus olhos é tocante, a sua interpretação em todos os estágios da jornada do astro merece ser aplaudida de pé…

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3 – Blonde, de Andrew Dominik

O roteiro do diretor Andrew Dominik adapta o livro homônimo de Joyce Carol Oates, sem fazer concessões mercadológicas, opção corajosa, levando em consideração que o público hoje foi adestrado ao consumo cultural rasteiro e infantilizado. O filme representa algo cada vez mais raro hoje em dia, um trabalho pensado para adultos maduros, um projeto que honra em essência o legado da homenageada, resgatando dos escombros da fama a menina doce que sonhava em conhecer seu pai…

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4 – Pequena Mamãe, de Céline Sciamma

A engenhosa proposta de utilizar uma fábula sobre viagem no tempo, com toques de Hayao Miyazaki na forma como transmite o olhar ingênuo diante do elemento fantástico, como veículo para abordar a beleza do laço de amor entre mãe e filha, enfatizada na entrega naturalista das crianças (irmãs gêmeas na vida real), encanta em sua execução minimalista, o roteiro não precisa fingir ser importante ou grandioso, ele, em sua alegoria, simplesmente viabiliza cenas lindas como aquela em que a versão infantil de Marion tranquiliza Nelly, afirmando que ela não é responsável pela profunda tristeza de sua mãe…

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5 – Um Herói, de Asghar Farhadi

O roteiro, como de costume em suas obras, apresenta ao público uma situação ambígua, um cenário em que não há uma definição precisa de bem e mal, certo e errado, convidando à reflexão sobre um mundo realista e complexo, inserindo elementos na trama que mantém os personagens em ação, esquivando-se da abordagem umbilical e arrastada que se poderia esperar, ao se analisar friamente a aparente simplicidade do conto moral proposto: É possível se fazer uma boa ação mesmo sob falsos pretextos? Se sim, ela ainda pode ser considerada “heroica”? Qual é o papel negativo das redes sociais, que adestraram a massa ao julgamento imediatista, a grotesca “cultura do cancelamento”, neste contexto?…

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6 – Belfast, de Kenneth Branagh

O roteiro intensamente autobiográfico utiliza o amor do protagonista pelo cinema (inteligente utilização da cor nestas cenas, enfatizando o poder inspirador da arte) como força motriz para atravessar o período sombrio em família, Branagh evoca sutilmente pérolas como “Jacquot de Nantes” (1991), de Agnès Varda, e “Esperança e Glória” (1987), de John Boorman, trabalhando a trama do conflito entre os protestantes e os católicos pela perspectiva ingênua do menino, incapaz de compreender como funciona aquele microcosmo movido por medo e violência. Ao invés de criar cenas grandiosas, dramaticamente densas, algo que se poderia antecipar devido à experiência do diretor com adaptações de Shakespeare, ele entrega lindos recortes comuns que poderiam até passar despercebidos…

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7 – As Linhas Tortas de Deus, de Oriol Paulo

Ao expandir a proposta original do livro publicado em 1979, de expor as engrenagens dos manicômios, para uma reflexão sobre o conceito da verdade, utilizando como ferramentas as convenções do terror e do suspense, o filme enriquece a discussão psicológica. A opção abre um fascinante leque de possibilidades criativas, estéticas e filosóficas, que são exploradas generosamente na direção do sempre competente Oriol Paulo, mestre das constantes reviravoltas narrativas. O mérito maior é a entrega magistral da bela Bárbara Lennie, sem seu talento para conduzir o público pela mão no labirinto mental da personagem, o esforço coletivo poderia ser prejudicado…

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8 – O Festival do Amor, de Woody Allen

Se você ama cinema à moda antiga, leia-se, época em que adultos emocionalmente maduros produziam filmes para um público adulto culturalmente enriquecido, vai se deliciar já nos primeiros minutos. O texto dele segue afiado, a sua assinatura é firme, garantindo aquele constante sorriso no rosto, material de altíssimo nível que pode incomodar quem aprecia o humor imediatista moderno. Uma carta de amor de Woody Allen ao cinema, não apenas como cinéfilo apaixonado, mas também como cineasta, plenamente consciente de sua inestimável contribuição à arte. Nós esperamos que ele ainda produza muito, mas, caso esta seja sua despedida, não poderia ser mais elegante, honesta e corajosa. Aproveite bastante, garotada, artistas deste nível simplesmente não existem mais…

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9 – O Milagre, de Sebastián Lelio

A opção de iniciar e terminar a obra desconstruindo o elemento cênico evidencia a mensagem principal da trama: a teatralidade como veículo de libertação ou aprisionamento. Lelio, que assina o roteiro com Alice Birch, acerta ao explorar a força da teatralidade na formação psicológica do indivíduo, não apenas no terreno criativamente fértil da infância, mas, principalmente, como ferramenta transformadora na vida adulta. O filme suscita reflexões preciosas e que sobrevivem horas após a sessão…

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10 – Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson

O filme é, acima de tudo, uma experiência emocional imersiva como poucas, um terno estudo de personagens estruturado no roteiro como fragmentos de memória, vale destacar, trabalhados com muito senso de humor, elemento que opera a mágica. O segredo do sucesso, o truque da mágica, é a apaixonante dupla protagonista, os créditos finais rolam na tela, mas você pagaria para seguir acompanhando os dois por mais algumas horas. O desfecho transmite uma positividade que, nos tempos de hoje, pode ser considerada terapêutica…

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Viva você também este sonho...

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