No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

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Os Anjos Selvagens (The Wild Angels – 1966)

Heavenly Blues (Peter Fonda) é o líder de uma gangue selvagem de motociclistas. Quando seu melhor amigo (Bruce Dern) é ferido em meio a uma tentativa de roubar uma motocicleta da polícia, tentam raptá-lo debilitado no hospital. Começa a jornada de uma fuga.

Roger Corman é um dos nomes mais importantes na história do cinema norte-americano, “Os Anjos Selvagens” não está entre os seus melhores trabalhos, mas o espírito transgressor desta pérola foi o embrião para que, dois anos depois, “Sem Destino” (Easy Rider) alcançasse sucesso mundial.

A ideia de inserir a jovem filha de Frank Sinatra, Nancy, neste contexto de pura delinquência, vandalismo, egoísmo, total decadência moral, dá o tom provocador que já se mostra presente na primeira cena, plena em simbologia.

Um menino em seu velocípede brinca despreocupadamente no jardim de sua casa, enquanto duas crianças menores, mais protegidas ainda, descansam em um cercadinho. Ele então decide se aventurar na calçada, para o desespero da mãe, que corre atrás do pequeno. O enquadramento espertamente posiciona a roda de uma barulhenta Harley-Davidson em seu caminho.

A mãe beija o filho e conduz carinhosamente o pequeno para a proteção do lar, enquanto a figura enigmática de Peter Fonda, trajando jaqueta de couro preta, apaga um cigarro e segue sua jornada, emoldurada sonoramente pela emblemática “Blue’s Theme“, de Davie Allan e The Arrows.

  • Você encontra o filme com facilidade garimpando na internet.


Viva você também este sonho...

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