Críticas

“Exodus”, de Otto Preminger

Exodus (1960)

Navio de imigrantes judeus está a caminho de Israel pouco antes da formação do novo país. Durante a viagem, são hostilizados pelos britânicos, com quem devem negociar. Chegando a Israel, presenciam a declaração de Independência ao mesmo tempo em que sofrem ataques dos países vizinhos.

A adaptação do livro de Leon Uris, filmada em Israel e Chipre, com roteiro de Dalton Trumbo, que foi convocado pelo produtor e diretor Otto Preminger, desafiando a lista negra macarthista, aborda a jornada heroica real do autointitulado SS Exodus, carregando 600 judeus sobreviventes do holocausto, sem certificados legais de imigração, para a Palestina, conduzido pelo rebelde do Haganah, Ari Ben-Canaan (versão romantizada de Yossi Harel), vivido com firmeza por Paul Newman, evento que levaria à fundação do Estado de Israel. O refinamento é garantido pela brilhante trilha sonora composta por Ernest Gold.

 

Há alguns problemas na execução, a excessivamente longa duração prejudica o ritmo, reduzindo a imersão emocional em diversos momentos que se tornam inegavelmente arrastados, didáticos, dedicando tempo generoso no jogo burocrático, algo compreensível devido à opção pela postura de reverência austera do diretor diante do material.

A subtrama romântica entre Ari e Katherine, a enfermeira norte-americana, vivida por Eva Marie Saint, que faz a transição de espectadora passiva a lutadora pela causa, metáfora para o relacionamento entre Israel e os Estados Unidos, traz leveza necessária ao segundo ato, mas, destoando até da usual representação feminina nas obras de Preminger, carece de calor humano. E, levando em consideração os frequentes desentendimentos entre Newman e o diretor nos bastidores, parece que a tensão trabalhou a favor da obra.

Se a obra tivesse dado mais atenção ao aspecto fundamental do entretenimento, como na escalada de suspense após o bombardeio da organização Irgun ao King David Hotel, ou a grandiosa sequência da fuga da prisão, a revisão seria uma experiência mais agradável.

Cotação:

Trilha sonora composta por Ernest Gold:

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

Recent Posts

Crítica nostálgica da série “Duro na Queda” (1981-1986), com LEE MAJORS

Duro na Queda (The Fall Guy - 1981/1986) As aventuras de um dublê (Lee Majors)…

2 dias ago

Crítica de “O Dublê”, de David Leitch

O Dublê (The Fall Guy - 2024) O dublê Colt Seavers (Ryan Gosling) volta à…

2 dias ago

10 ótimos filmes que desafiam a sua mente

Se você conseguiu manter sua lucidez nos últimos quatro anos, enxerga claramente o estrago que…

3 dias ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na NETFLIX

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

4 dias ago

Sétima Arte em Cenas – “O Último dos Moicanos”, de Michael Mann

O Último dos Moicanos (The Last of The Mohicans - 1992) No século 18, em…

5 dias ago

“Star Trek Continues” (2013-2017), de Vic Mignogna

Você, como eu, ama a série clássica de "Jornada nas Estrelas"? E, como qualquer pessoa…

6 dias ago