Críticas

Dica do DTC – “Tudo Bem”, de Arnaldo Jabor

No “Dica do DTC”, a nova seção do “Devo Tudo ao Cinema”, a intenção não é entregar uma longa análise crítica, algo que toma bastante tempo, mas sim, uma espécie de drops cultural, estimulando o seu garimpo (lembrando que só serão abordados filmes que você encontra com facilidade em DVD, streaming ou na internet). O formato permite que mais material seja produzido, já que os textos são curtos e despretensiosos.

***

Tudo Bem (1978)

O conflito de classes decorrente da convivência forçada entre uma típica família (Paulo Gracindo, Fernanda Montenegro, Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães) de classe média carioca e os operários que trabalham na reforma de seu apartamento em Copacabana.

É comum que textos sobre este filme se debrucem no viés político, mas não considero uma atitude intelectualmente honesta, até trabalha contra o apelo atemporal da obra, que serve como tela para Jabor, com tintas fortes, tirar um sarro da sociedade brasileira, utilizando como microcosmo a reforma de um apartamento, em essência, guardadas as devidas proporções, o resultado está mais para o caos nonsense bem-humorado de um Blake Edwards ou um Mario Monicelli, com toques de Buñuel, do que para as digressões macambuzias de um Costa-Gavras ou Glauber Rocha, leia-se, com exceção da desnecessariamente longa duração, que garante algumas barrigas incômodas, não é uma experiência chata, pedante, umbilical, a trama estruturada em esquetes convida o público a refletir, entre uma tirada espirituosa e outra, logo, ela se mostra eficiente em sua crítica.

A sequência inicial onírica inteligentemente já dá o tom, mostrando Juarez (Gracindo) discutindo internamente com três falecidos que moldam sua personalidade, um integralista, Alarico Sombra (Jorge Loredo, eterno Zé Bonitinho), um poeta, Penteado (Luiz Linhares), e o dono de uma fábrica de macarrão, Giulio Giacometti (Fernando Torres).

  • Você encontra facilmente o filme garimpando na internet.
Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

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