Críticas

Crítica de “Operação Overlord”, de Julius Avery (Festival do Rio)

Operação Overlord (Overlord – 2018)

Uma tropa de paraquedistas americanos é lançada atrás das linhas inimigas para uma missão crucial. Mas, quando se aproximam do alvo, percebem que não é só uma simples operação militar e tem mais coisas acontecendo no lugar, ocupado por nazistas.

Não há problema algum em um filme despretensioso que busque apenas o entretenimento leve, facilmente esquecido minutos após a sessão, mas a estrutura precisa ser competente, o divertimento não precisa ser bobo. O ritmo de “Operação Overlord” é irregular, o roteiro é assinado por Billy Ray e Mark L. Smith, responsáveis por obras prestigiadas recentes, como “O Regresso” e “Capitão Phillips”, mas o resultado fica mais próximo aos deslizes cometidos por ambos no passado, bombas como “Volcano: A Fúria”, “O Buraco” e a fraca refilmagem do argentino “O Segredo dos Seus Olhos”, “Olhos da Justiça”, aliás, dirigida de forma bastante incompetente por Ray.

O primeiro ato é correto, segue, ainda que sem muito brilho, os clichês dos grandes filmes de guerra, mas a coisa desanda no momento em que os soldados sobreviventes alcançam o objetivo e se deparam com os nazistas. A mudança drástica de tom pode até agradar a garotada pouco criteriosa, mas incomoda bastante o adulto que aprecia um mínimo de coerência artística. Sem revelar muito, basta dizer que a trama abraça, não apenas a estética gore B, mas também a leveza descompromissada de projetos estudantis de terror de baixo orçamento. É uma oportunidade perdida, já que o projeto se favoreceria caso entrasse de cabeça, desde o início, na proposta mais absurda, zumbis e soldados se enfrentando na Segunda Guerra Mundial, com foco nas sequências de ação. Ao tentar, de forma desajeitada, defender ser algo mais do que isto, o filme conscientemente perde parte considerável de seu público.

O dedo de J.J. Abrams na produção garante a qualidade técnica, mas pouco pode fazer quando o material é simplesmente raso.

Cotação: 

Octavio Caruso

Viva você também este sonho...

Recent Posts

Crítica nostálgica da série “Duro na Queda” (1981-1986), com LEE MAJORS

Duro na Queda (The Fall Guy - 1981/1986) As aventuras de um dublê (Lee Majors)…

3 dias ago

Crítica de “O Dublê”, de David Leitch

O Dublê (The Fall Guy - 2024) O dublê Colt Seavers (Ryan Gosling) volta à…

3 dias ago

10 ótimos filmes que desafiam a sua mente

Se você conseguiu manter sua lucidez nos últimos quatro anos, enxerga claramente o estrago que…

4 dias ago

PÉROLAS que ACABAM de entrar na NETFLIX

Eu facilitei o seu garimpo cultural, selecionando os melhores filmes dentre aqueles títulos que entraram…

5 dias ago

Sétima Arte em Cenas – “O Último dos Moicanos”, de Michael Mann

O Último dos Moicanos (The Last of The Mohicans - 1992) No século 18, em…

6 dias ago

“Star Trek Continues” (2013-2017), de Vic Mignogna

Você, como eu, ama a série clássica de "Jornada nas Estrelas"? E, como qualquer pessoa…

7 dias ago