Coffy – Em Busca da Vingança (Coffy – 1973)
“Coffy baby, sweet as a chocolate bar…”
A obra foi concebida pela pequena “American International Pictures”, responsável por vários filmes de baixo orçamento, como os projetos de Roger Corman. Samuel Z. Arkoff, o idealizador da produtora, percebeu o potencial dos blaxploitations e abraçou a carreira da bela Pam Grier, realizando quatro filmes com a atriz. O público adorava este estilo, mas os críticos e a própria indústria torciam o nariz.
Quando se analisa o filme no contexto de sua época, dois elementos se destacam como dissonantes no gênero: a mulher sendo respeitada, utilizando sua sensualidade como arma, uma variação feminina de “James Bond”, e as drogas e traficantes não sendo celebrados, numa atitude quase panfletária.
Como a vingativa enfermeira que busca exterminar os responsáveis pela overdose de sua irmã caçula, a personagem de Grier deixa claramente exposto em seus olhos o ódio que esconde por trás de cada gesto de sedução controlada. E esta emoção bruta transparece em cada cena, com o auxílio de ótimas one-liners, como “eu vou urinar no seu túmulo amanhã.”
O roteirista e diretor Jack Hill, mestre no estilo, ganha pontos ao não limitar a protagonista aos estereótipos de vítima ou criminosa, deixando-a revelar no poderoso desfecho uma insinuação de fragilidade que a humaniza.
A boa trilha sonora de Roy Ayers apresenta os personagens, com destaque para “Coffy is The Color” e “Coffy Baby”, interpretados por Denise Bridgewater. No elenco secundário, Robert DoQui interpreta o extravagante “King George”, que participa ativamente de uma das cenas mais violentas do filme. Ele viria a ser reconhecido pelo grande público como o Sargento Reed, nos três filmes da franquia “Robocop”.
É interessante o arco narrativo da protagonista, e, levando em consideração o subgênero, isto deve ser valorizado. “Coffy” passa o primeiro ato assombrada pelo remorso consequencial de sua vingança, chegando a encontrar uma paz temporária com sua consciência, até que assiste ao brutal espancamento de seu ex-namorado.
Ao final, traída de todas as formas, nem mesmo a resolução satisfatória de sua vingança traz paz ou conforto para sua alma, que irá vagar para sempre num limbo existencial.
Ao lado de “Shaft”, este é o meu filme blaxploitation favorito.
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