O Brutalista (The Brutalist – 2024)
Arquiteto (Adrien Brody) visionário foge da Europa pós-Segunda Guerra e chega aos Estados Unidos para reconstruir sua vida, carreira e casamento. Sozinho em um novo país, ele se estabelece na Pensilvânia, onde um rico e proeminente industrial reconhece seu talento.
Sabe aquele adolescente chato, pedante, inseguro, que memorizou alguns chavões e fica tentando se passar por adulto?
É, você deve conhecer vários, aquele tipo que acha que cabelo despenteado é sinal de personalidade forte. Pois é, ele reuniu uma equipe e produziu um filme. Não, muito mais que isto, ele preparou uma experiência única, grandiosa, genial, épica, autoral, transformadora, transcendental… Você entendeu, né?
3 horas e 34 minutos, com direito a overture, intervalo, prólogo, epílogo, divisão em partes com subtítulos, o pacote completo. Alguns colegas críticos argumentaram que este direcionamento remete à época áurea do cinema, a intenção pode ser nobre mesmo, bacana, mas a história contada justifica de alguma forma estas escolhas?
“O Brutalista” é insuportavelmente pretensioso, os personagens secundários são caricaturas tolas, Adrien Brody faz cara de choro em várias cenas que se estendem desesperadamente objetivando o reconhecimento acadêmico, tudo bastante calculado, em suma, uma execução entediante.
Há curtas-metragens que conseguem te emocionar e te fazer se importar com um personagem em apenas 7 minutos. Brady Corbet faz o impensável, ele, no terreno narrativo mais emocionalmente pungente, um relato fictício inspirado livremente na vida de um sobrevivente dos campos de concentração, faz o público penar por quase 4 horas e, ainda assim, a recompensa pelo teste de paciência é a imperdoável indiferença.
A imagem da Estátua da Liberdade de ponta-cabeça logo no início evidencia o desprezo pela sutileza da agenda por trás deste explosivo traque de massa, a claque na imprensa agradece a oportunidade e reforça nas manchetes a “desconstrução do sonho americano”, a arte é o que menos importa nesta equação.
Outro ponto que me incomodou sobremaneira, fiquei realmente surpreso, o diretor precisa ser reconhecido, de forma justa, por pelo menos uma subversão eficiente: após o intervalo, o filme piora absurdamente em todos os sentidos.
Não há caso similar, “Lawrence da Arábia”, “Ben-Hur”, “Doutor Jivago”, “E O Vento Levou”, “Spartacus”, “A Noviça Rebelde”, pode incluir o título que desejar, o intervalo é o respiro necessário para que o realizador prepare o espectador para um ato final espetacular. Corbet, visionário, decidiu revolucionar, ele consegue estragar na segunda metade o pouco interesse que a trama havia despertado naqueles que se mantiveram acordados.
Uma grande bobagem, pura vaidade autoindulgente de mais um fantoche que será paparicado pela imprensa até que decida modificar sua rota político-ideológica, daí o “brilhantismo” vai magicamente desaparecer.
Cotação:
Trailer:
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